PSD quer “esclarecimento total” do caso “estranho” que envolve Miguel Alves
Porto Canal / Agências
O presidente do PSD disse, este domingo, que o partido vai exigir o “esclarecimento total” do caso “estranho” que envolve o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro e ex-presidente da Câmara de Caminha, que está a ser investigado pelo Ministério Público.
“Nós, no PSD, quereremos o esclarecimento total, total, à volta do que tem vindo a público e que é, de facto, estranho e que nos lança para a necessidade de os cidadãos ficarem tranquilizados com os esclarecimentos que são dados”, afirmou Luís Montenegro, numa intervenção na tomada de posse da comissão política distrital de Viana do Castelo.
Luís Montenegro, que na segunda-feira começa a iniciativa Sentir Portugal no concelho de Caminha, no distrito de Viana do Castelo, não quis “deixar passar em claro” a polémica em torno do secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro e ex-presidente da Câmara de Caminha, considerando que a entrevista que Miguel Alves deu ao Jornal de Notícias e à TSF “é tudo menos esclarecedora”.
“É muito no sentido de vitimização, isso é, mas isso não é responder a nada, não é esclarecer nada. O senhor secretário de Estado não tem de se queixar de ser notícia, tem de se queixar do que fez ou não explicou. Nós, no PSD, não nos vamos eximir de cumprir o nosso papel de oposição, quer a nível municipal, quer nacional para que tudo isto seja compreendido e esclarecido. Estamos a falar apenas, do ponto de vista político. Independentemente do que judicialmente possa acontecer. Isso é outro fórum no qual não temos nenhuma intervenção, nem queremos ter”, sublinhou.
Em causa está a construção de um Centro de Exposições Transfronteiriço em Caminha, no distrito de Viana do Castelo, uma obra que ainda não começou depois do contrato-promessa entre o promotor e a autarquia ter sido assinado em 2020.
O Público noticiou, na edição de 26 de outubro, que a autarquia de Caminha fez um “adiantamento duvidoso” de 300.000 euros para o projeto em questão, autorizado pelo agora secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, quando liderava o município.
O periódico referia que o pagamento foi feito pela autarquia em março de 2021 a uma empresa desconhecida e associada ao empresário Ricardo Moutinho, um investidor com um alegado currículo falsificado.
Também o semanário Expresso, na edição de 28 de outubro, noticiou que a empresa em questão, a Green Endogenous, S. A., faz parte de um grupo de investimento que foi “criado na hora”.