Pobreza em Portugal. Uma ferida aberta que a pandemia e a guerra agudizaram 

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Porto Canal

Em 2020 e pela primeira desde 2014, Portugal registou um aumento no número de pessoas em risco de pobreza. É o que consta num relatório da Pordata, divulgado no Dia Internacional Para a Erradicação da Pobreza, que se assinala esta segunda-feira. 

A conclusão é da Pordata que alerta para um cenário preocupante. A pobreza está a aumentar em Portugal, fazendo com que o nosso país seja já o décimo terceiro mais pobre da União Europeia.

Cerca de 4,5 milhões de portugueses tinham rendimentos abaixo dos 554 euros mensais, em 2020. Assim, no primeiro ano da pandemia, a pobreza em Portugal aumentou cerca de 12,5%, refletindo o forte impacto que a tempestade pandémica teve a nível nacional. 

Também por comparação com o ano anterior, em 2020 houve mais 58 mil famílias no escalão de IRS mais baixo, um aumento de 8,5 por cento.

Estes dados advêm de uma conjuntura negativa, fruto da pandemia de covid-19, a que se juntaram as consequências implacáveis da guerra na Ucrânia. 

Assim, no dia em que se assinala o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza que em Portugal que, em pleno século XXI, afeta quase metade da população, é crucial alertar para este problema crescente.

É, aliás, preciso recuar até 2014, ano em que terminou a terceira intervenção da troika no país, para encontrarmos um aumento tão expressivo quanto o atual no número de pessoas em risco de pobreza ou exclusão social.

“Esta é mais uma crise global, que atinge de forma muito particular as camadas mais vulneráveis da sociedade, acelerando a degradação de uma situação já precária. Portugal, que já vinha registando uma tendência preocupante no que diz respeito ao aumento da pobreza, também tem sido afetado pelo panorama atual, que não apenas dificulta a melhoria desta situação, como também a agrava”, alerta a Pordata num estudo divulgado esta segunda-feira. 

Entre os mais afetados, destacam-se famílias com filhos e famílias monoparentais, por ter sido o sector onde a pobreza se expandiu.

A Pordata conclui ainda que que 40% das famílias portuguesas tinham em 2020 rendimentos abaixo dos 830 euros.

Desemprego sofre revés

No que diz respeito ao desemprego, também sofreu uma inversão acentuada da tendência. Se desde 2014, o número de inscritos nos centros de emprego estava a diminuir, a chegada da pandemia alterou o paradiga, sendo responsável por um aumento de "22,5% face a 2019". Números similares aos registados no ano passado, em que o desemprego aumentou cerca de 23% face ao período pré-pandemia.

Neste sentido, a Pordata nota que a pandemia teve efeitos nefastos em Portugal, fazendo com que o país recuasse em certos parâmetros no que diz respeito aos indicadores de pobreza. 

Portugal caiu vários lugares entre os 27. É agora, por exemplo, o segundo com mais pessoas a viver em más condições materiais (pior só o Chipre) e o quinto com mais pessoas incapazes de aquecer a própria habitação.

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