De Ex-Secretário de Estado a escolhido para assumir a Pasta da Saúde. O perfil de Manuel Pizarro
Porto Canal
Com experiência no cargo (foi secretário de Estado entre 2008 e 2011), assumiu funções de eurodeputado desde 2019. Nome próximo de António Costa (integrou o primeiro Secretariado Nacional do atual primeiro-ministro), foi também candidato duas vezes à Câmara do Porto e serviu de âncora a todas as candidaturas autárquicas 2021 da Área Metropolitana do Porto. Dá agora o passo seguinte, assumindo a exigente Pasta da Saúde.
O médico líder da Federação Distrital do PS Porto é o homem forte da região.
Manuel Pizarro poderá, assim, suprir a “necessidade política” de um Governo fragilizado, mas que ainda tem quatro longos anos de maioria absoluta pela frente. Aquando da demissão de Marta Temido, a 30 de agosto de 2021, fonte próxima do eurodeputado deu a entender, ao Porto Canal que Manuel Pizarro estava interessado no cargo. Agora, surge a confirmação.
No início do mês, o agora ministro, quando apontado ao cargo, disse ainda que naquele momento a questão não se colocava sem alguma vez negar disponibilidade e vontade para aceitar o cargo. Salientou as palavras de António Costa de que a escolha do novo minsitronão seria rápida. O prazo para o primeiro-ministro seria 15 de setembro, antes da aprovação do novo estatuto do SNS, mas tal foi antecipado, e a escolha recaciu mesmo sobre Pizarro.
Fernando Araújo, Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário São João e António Lacerda Sales, Ex-Secretário de Estado Adjunto da Saúde, chegaram a ser apontados ao cargo, contudo, António Costa optou por um nome mais ligado à política, ainda que com formação em medicina.
De recordar também que o eurodeputado foi candidato por duas ocasiões à autarquia da Invicta, em 2013 e 2017.
No que respeita ao atual estado do SNS, Manuel Pizarro, ainda recentemente, teceu críticas à organização do mesmo, no frente-a-frente semanal na Noite Informativa do Porto Canal. O antigo Secretário de Estado da Saúde e dirigente do Partido Socialista afirmou que existe ”um centralismo exacerbadíssimo no Ministério da Saúde” e que há uma "ilusão burocrática" de que se vai resolver um problema de um sítio onde há mais carência acabando por não se resolver nenhum e gerando outros.
Pizarro colocava como prioridade “descentralizar a gestão do SNS, dar autonomia aos hospitais e às ARS”, uma vez que "o sistema tem de funcionar em rede".