Primeiro-ministro quer União Europeia a rever mecanismo de formação de preços

| Economia
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 20 out 2021 (Lusa) -- O primeiro-ministro defendeu hoje a revisão do mecanismo de formação de preços da energia na União Europeia, que disse prejudicar Portugal, e medidas de curto prazo para enfrentar a atual crise, sem colocar em causa metas ambientais.

Estas posições foram defendidas por António Costa no discurso que abriu o debate parlamentar sobre a reunião do Conselho Europeu, na quinta e sexta-feira, em Bruxelas, em que um dos temas centrais é a atual trajetória de subida dos preços da energia.

Perante os deputados, o líder do executivo referiu que as propostas de curto prazo apresentadas pela Comissão Europeia "em nada acrescentam às medidas já adotadas no passado".

"É altura de debatermos efetivamente o mecanismo de formação de preços, designadamente a questão de saber se o preço deve manter uma lógica marginalista, o que claramente penaliza países como Portugal, onde a componente de energia renovável já é particularmente significativa", sustentou António Costa.

Para o líder do executivo, nesta conjuntura de crise energética, a União Europeia "deve manter a coerência no objetivo de enfrentar a emergência climática, sem desconsiderar todas as medidas que sejam necessárias adotar de modo transitório para responder à crise dos combustíveis".

"Uma crise que, naturalmente, não pode ser ignorada", frisou.

De acordo com o primeiro-ministro, como resposta à atual crise, têm de ser aumentadas as interligações energéticas "para que haja um verdadeiro mercado europeu integrado e interligado", assim como alargar o âmbito das interconexões com países terceiros "que podem ser também fonte de energia limpa, caso de Marrocos".

"Temos de ter a capacidade de diversificar as fontes energéticas, apostar mais no hidrogénio verde e alargar as portas de entrada para o gás natural, que é uma energia de transição. Não podemos estar simplesmente dependentes da Rússia, da Turquia e Argélia, devemos cada reforçar aqui a relação transatlântica. Portugal já é porta de entrada de um terço do GNL proveniente dos Estados Unidos -- podemos e devemos aumentar esta quota", defendeu.

 

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