Momento é para todos os guineenses pensarem na Guiné-Bissau

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Porto Canal com Lusa

Bissau, 28 jul 2021 (Lusa) -- O presidente do consórcio da Casa dos Direitos da Guiné-Bissau, Gueri Gomes, afirmou hoje que todos os guineenses devem pensar no país num momento em que "as pessoas estão a ser obrigadas a carregar o fardo dos políticos".

"O momento urge para que todo o guineense pense na Guiné-Bissau. Estamos num momento difícil, independentemente de caminharmos para um regime ditatorial, as pessoas estão a ser obrigadas a carregar o fardo dos políticos", afirmou Gueri Gomes.

O presidente do consórcio da Casa dos Direitos falava à Lusa no âmbito do protesto de trabalhadores convocado pela União Nacional dos Trabalhadores da Guiné-Bissau, principal central sindical do país, que juntou mais de 200 pessoas.

"Foram aumentados os impostos, a vida está cara, as pessoas estão a morrer, não há escola. Não podemos conformar-nos com esta situação. As pessoas devem levantar-se e dizer basta", afirmou Gueri Gomes, salientando que o aumento de impostos deve servir para responder às necessidades da população.

"A luta é nossa todo o cidadão guineense tem a obrigação de se levantar neste momento", acrescentou.

Questionado sobre a forma como decorreu o protesto, tendo em conta que no passado dia 14 as forças de segurança dispersaram os manifestantes com gás lacrimogéneo, Gueri Gomes disse que foi "mais ou menos diferente".

"Não houve intervenção das forças de segurança. Elogiamos bastante a iniciativa, mas não estamos satisfeitos. O objetivo é chegar à Assembleia (Nacional Popular). A manifestação é contra os deputados que aprovaram impostos, que aprovaram Orçamento Geral", disse.

O Ministério do Interior garantiu a segurança do protesto, que não passou da Avenida Domingos Ramos, onde está localizada a sede da UNTG, num percurso de cerca de 400 metros.

"Por isso, não chegando à Assembleia ainda não podemos dizer que há liberdade de manifestação, liberdade de expressão. Impedir as pessoas de chegar ao local é uma tentativa de não cumprir os direitos consagrados na Constituição", sublinhou.

Questionado sobre a alegação do Ministério do Interior de que há embaixadas no percurso, Gueri Gomes disse que se compreende, mas que também já se assistiu a "várias manifestações por parte do poder político e do regime em que essa lei não foi respeitada".

"Quando a população quer manifestar-se é impedida e quando o político quer manifestar pode sem respeitar as leis. Podemos fazer a manifestação por outra parte, porque não se cria outro itinerário", afirmou o presidente do consórcio da Casa dos Direitos.

A central sindical tem convocado, desde dezembro, ondas de greves gerais na função pública, para exigir do Governo, entre outras reivindicações, a exoneração de funcionários contratados sem concurso público, melhoria de condições laborais e o aumento do salário mínimo dos atuais 50.000 francos cfa (76 euros) para o dobro.

A próxima manifestação realiza-se em 03 de agosto, feriado nacional, que assinala o massacre de Pindjiguiti, quando a polícia colonial portuguesa reprimiu um protesto de trabalhadores guineenses, provocando a morte a pelo menos 50 pessoas

MSE // VM

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