Covid-19: Pandemia teve "impacto significativo" na deterioração da paz mundial

| Mundo
Porto Canal com Lusa

Londres, 17 jun 2021 (Lusa) - A pandemia covid-19 teve um "impacto significativo" nos níveis de conflito e violência no mundo, resultando em mais agitação civil e instabilidade política, de acordo com o Instituto de Economia e Paz (IEP) num relatório publicado hoje.

Segundo a edição de 2021, com dados relativos a 2020, o "Índice Global de Paz" decresceu 0,07% comparando com o ano anterior, com melhorias identificadas em 87 países e deteriorações em 73. 

"A pandemia covid-19 teve um impacto significativo no nível de paz em todo o mundo em 2020", lê-se no relatório, que refere que os confinamentos e outras restrições ajudaram a diminuir crime violento e homicídio no início, mas os níveis voltaram ao normal. 

A violência doméstica e os crimes de ódio também aumentaram em todo o mundo, mas conflitos e crimes de ódio parece ter caído. 

"No início da pandemia covid-19, houve uma série de indicadores que melhorou, como os crimes, homicídios e instabilidade social, mas voltou a aumentar, incluindo 5.000 manifestações violentas relacionadas com a pandemia entre janeiro de 2020 e abril de 2021 por todo o mundo", afirmou hoje o fundador e diretor do IEP, Steve Killelea, numa apresentação para jornalistas. 

O empresário e filantropo australiano disse que a pandemia "exacerbou tensões em alguns países" e que, "se a situação económica difícil persistir, é provável que agitação social e instabilidade política aumentem". 

Portugal desceu uma posição no índice, para quarto lugar, atrás da Islândia, Nova Zelândia e Dinamarca, que usa vários indicadores sobre conflitos a nível nacional e internacional, segurança da sociedade e militarização. 

Timor-Leste, na 56.º posição da tabela, Guiné Equatorial (62.ª), Angola (80.ª), Guiné-Bissau (99.ª), Moçambique (103.ª) são os outros países lusófonos incluídos na 15.ª edição do Índice, que cobre 163 países e territórios independentes, equivalente a 99,7% da população. 

Cabo Verde e São Tomé e Príncipe não estão abrangidos. 

O Afeganistão é o país menos pacífico pelo quarto ano consecutivo, seguido pelo Iémen, Síria, Sudão do Sul e Iraque.

A Europa é a região mais pacífica, enquanto a América do Norte registou a pior deterioração regional devido à agitação civil e manifestações violentas nos Estados Unidos relacionadas com a conjuntura política, como as eleições presidenciais e protestos anti-racismo. 

O relatório identifica ainda a Guiné Equatorial, Timor Leste e Angola como estando entre os 10 países com maior risco de registar aumento de violência nos próximos cinco anos devido ao elevado "Défice de Paz Positiva".  

 

BM 

Lusa/fim

+ notícias: Mundo

Secretário-geral da NATO pede mais investimento militar e mais apoio à Ucrânia

O secretário-geral da NATO pediu hoje aos países da aliança atlântica que aumentem os gastos militares devido às tensões com a Rússia, e criticou o facto de a Ucrânia não ter recebido a ajuda prometida nos últimos meses.

Dona do TikTok garante não ter planos para vender apesar de ultimato dos EUA

A empresa chinesa ByteDance garantiu esta sexta-feira não ter intenção de vender o TikTok, apesar de Washington ameaçar proibir a plataforma de vídeos nos Estados Unidos caso não corte os laços com a China.

Acidente na Namíbia. 20 portugueses feridos, mas oito deverão regressar em breve

O Governo corrigiu esta sexta-feira para 20 o número de portugueses feridos no acidente de quarta-feira na Namíbia, indicando que oito já tiveram alta e 12 continuam internados, dos quais seis com vigilância especial.