Reintrodução de lince só quando estiverem reunidas todas as condições

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Porto Canal / Agências

Mértola, 23 mai (Lusa) - O secretário de Estado do Ordenamento do Território e Conservação da Natureza, Miguel Castro Neto, garantiu hoje que a reintrodução de oito exemplares de lince-ibérico em Portugal só acontecerá quando estiverem reunidas todas as condições.

"Apenas faremos a reintrodução quando estiverem reunidas todas as condições. O nosso objetivo é que aconteça em junho, mas não há nenhuma questão crucial que impeça que não se possa ponderar a libertação mais tarde se houver algum constrangimento", disse o governante à agência Lusa.

O secretário de Estado falava à margem das jornadas técnicas que decorrem hoje em Mértola, no Baixo Alentejo, para divulgar a experiência espanhola no processo de reintrodução de lince-ibérico junto de proprietários e entidades da área de reintrodução, expansão e conectividade de populações do felino.

Segundo Miguel Castro Neto, o momento da libertação dos exemplares será decidido em função da "avaliação das condições no terreno", sendo que "não há, de facto, um momento limite".

"Não há um limite para reintroduzirmos o lince. O nosso objetivo é, se estiverem reunidas as condições, cumprir com o que foi estabelecido", ou seja, libertar os oito exemplares até final da primavera, preferencialmente em junho, disse.

No entanto, frisou, "se, por qualquer razão, houver algum constrangimento e não estiverem asseguradas todas as condições para que esta iniciativa seja um sucesso, não vamos colocar em causa o processo por uma questão de haver um limite, porque não existe limite nenhum".

No passado mês de março, o comité ibérico do projeto "LIFE+ Iberlince", para conservação e reintrodução do lince-ibérico na Península Ibérica, decidiu libertar em Portugal, na região do Vale do Guadiana, no Baixo Alentejo, até ao final da primavera, preferencialmente em junho, oito exemplares do felino criados em cativeiro.

Atualmente, segundo Miguel Castro Neto, técnicos do projeto estão a "avaliar a situação no terreno", sendo que "uma das principais preocupações que pode ou não comprometer a reintrodução" dos oito exemplares em Portugal é "a questão da população de coelho-bravo", a principal presa do lince-ibérico, que tem sido afetada por uma nova doença.

"Estamos a monitorizar a questão da população de coelho-bravo para determinar se efetivamente é possível ou não e se estão reunidas as condições para prosseguir o processo de reintrodução conforme planeado", disse o governante.

Por outro lado, acrescentou, "estamos a trabalhar no sentido de haver um convénio de princípios em torno da reintrodução do lince-ibérico" e, depois, vai ser necessário haver acordos com os proprietários e as organizações do setor da caça para "garantir que estão reunidas as condições também na perspetiva social para ser possível reintroduzir o lince-ibérico no terreno".

A Liga para a Proteção da Natureza (LPN) e a Associação Nacional de Proprietários Rurais, Gestão Cinegética e Biodiversidade (ANPC) já contestaram a libertação dos oito exemplares de lince-ibérico em Portugal até final da primavera, alegando que poderão não estar reunidas as condições mínimas, nomeadamente a existência de coelho-bravo em número suficiente para o felino se poder alimentar.

LL // MLM

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