Líder da UGT alerta para " enorme conflitualidade social" caso impostos aumentem
Porto Canal / Agências
Portalegre, 09 mai (Lusa) -- O líder da UGT Carlos Silva alertou hoje que poderá surgir uma "enorme conflitualidade social" se o primeiro-ministro aumentar impostos em caso de novos "chumbos" por parte do Tribunal Constitucional (TC).
"Se a penalização para os trabalhadores vier a ser agudizada por mais medidas penalizadoras, nomeadamente aumento de impostos, eu devo dizer que a UGT poderá não ter condições nem capacidade de, a partir dessa altura, refrear os ânimos dos trabalhadores", disse o dirigente sindical, em declarações à agência Lusa.
"O Governo que se cuide, o país que se prepare, que eu tenho muito tumor que possa, aí sim, de alguma forma começar a crescer, nem sei bem como, uma enorme conflitualidade social e a UGT aí não irá dizer para as pessoas 'acalmem-se', alertou.
Carlos Silva falava à margem de uma visita à Escola de Hotelaria e Turismo de Portalegre, tendo dedicado hoje o dia a desenvolver contactos e visitas a empresas e entidades daquela região alentejana.
O líder da UGT reagia às declarações do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, que durante o debate quinzenal, hoje, admitiu a subida de impostos, se as propostas de poupança do lado da despesa voltarem a ser rejeitadas pelos juízes do Palácio Ratton.
"Se vamos assistir a mais cortes eu acho que os portugueses devem de abrir os olhos, abrir bem os seus ouvidos, perceber o que está em causa e se é para serem ainda mais penalizados têm que reagir", defendeu.
Carlos Silva, que garantiu que a UGT não vai "estancar" a reação dos trabalhadores caso os impostos venham a aumentar, defendeu ainda que as pessoas "têm que dar largas à sua indignação".
O líder da UGT aconselha no entanto o Governo a "parar para pensar" e "respeitar" os portugueses nesta altura, em pleno período eleitoral.
"Aquilo que nós temos a dizer é que o Governo, com a saída da 'troika' a 17 de maio, deveria parar para pensar, de alguma forma respeitar os portugueses num momento que sabemos que é eleitoral", disse.
O dirigente sindical fez ainda questão de sublinhar que, se eventualmente o primeiro-ministro vier a aumentar os impostos, "o ónus não é do TC, o ónus é da exclusiva responsabilidade do Governo", acrescentando que a 'troika' também tem as suas responsabilidades neste processo.
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