Novo presidente do Lar do Comércio em Matosinhos quer criar cuidados continuados
Porto Canal com Lusa
O presidente do Lar do Comércio, que tomou hoje posse, quer criar uma valência de cuidados continuados e “restituir dignidade” a esta instituição de Matosinhos, que registou mais de 100 infetados e 24 mortes por covid-19.
“Vamos colocar a instituição no local onde já esteve pelas melhores referências, pelas boas práticas na assistência e pela humanização na prestação dos cuidados”, disse António Bessa na cerimónia de tomada de posse.
Apesar de focado em “devolver” à instituição “tudo o que perdeu nestes últimos anos”, o agora diretor assume, contudo, estar ciente de que o rumo desta não se muda de um dia para o outro.
Mas considera-se “determinado” a “curar as feridas abertas” e a prevenir que estas não se repitam.
Outro dos objetivos traçados assenta na criação de uma valência de cuidados continuados, algo que considera “essencial” numa instituição como o Lar do Comércio.
Em 2017, António Bessa despediu-se do cargo de vice-presidente por não concordar com “algumas coisas que lá se passavam”.
Desde 1991 que a liderança estava a cargo de José Moura, que decidiu retirar a sua candidatura às eleições, depois do anúncio da encabeçada por o agora presidente.
A 19 de outubro de 2020 foi divulgado um relatório da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados (CDHOA), segundo o qual tinham sido detetados indícios de “violação grave” de direitos humanos no Lar do Comércio e o “incumprimento reiterado” de orientações recebidas em vistorias.
Depois de o Ministério Público instaurar um inquérito à instituição, fonte do próprio Lar do Comércio disse em 02 de outubro à agência Lusa que uma diretora técnica da instituição foi constituída arguida.
Acrescentou que a própria instituição não foi constituída arguida no inquérito criminal em curso no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Matosinhos, mas admitiu que dirigentes do lar venham a ser ouvidos pelo procurador.