Covid-19: África deve preparar-se para "segunda vaga" - responsável

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Porto Canal com Lusa

Adis Abeba, 29 out 2020 (Lusa) -- África registou na última semana mais 12% de novas infeções pelo novo coronavírus e menos 15% de mortes, anunciou hoje o responsável do África CDC, que alertou que o continente deve preparar-se para "uma segunda vaga" da doença.

Segundo o diretor do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), John Nkengasong, na conferência de imprensa semanal da instituição, os 55 países que integram a organização registaram entre os dias 20 e 27 de outubro quase 1.400 mortes (1.393), resultando numa redução da taxa de propagação da doença na ordem dos 15%, e o número de novos contágios foi de 74.595, para um total de 1.715.130, mais 12% do que na semana anterior, representando 3,9% do total mundial.

"Chegou o momento de preparar uma segunda vaga", disse John Nkengasong.

"O continente tem tido muito sucesso em inverter a maré, com a maioria dos picos por volta de julho e depois um declínio constante, mas agora estamos a começar a ver alguma estagnação", advertiu.

Nkengasong salientou que todos os países devem reforçar os sistemas de teste e vigilância e recomendar a utilização de máscaras.

"Se fizermos isto juntos, estamos de facto a preparar o continente para uma segunda vaga, que sem dúvida virá", disse.

"Vemos o que está a acontecer na Europa. Queremos ter a certeza de que preservamos o que alcançámos nos últimos 10 meses", acrescentou.

No período em análise, o continente registou ainda mais de 1,4 milhões de recuperados, ou seja, 82% do total de casos de infeção reportados em África; e mais de 41 mil mortos (41.203), o que aponta para um rácio de mortalidade de 2,4%.

Um conjunto de 13 países reportaram taxas de mortalidade acima do rácio mundial (2,7%): a República Árabe Saraui (7,1%), o Chade (6,7%), o Sudão (6,1%), a Libéria (5,8%), o Egipto (5,8%), o Níger (5,7%), o Mali (3,8%), a Argélia (3,4%), a Gâmbia (3,3%), a Serra Leoa (3,2%), Maláui (3,1%), Zimbabué (2,9%) e Angola (2,8%).

A região do norte de África registou a maior parte dos novos casos de contágio na semana em análise (55%), seguida da África Austral (25%), África Oriental (16%), África Ocidental (3%) e Central (1%).

O conjunto de países com maior incidência de casos de contágio (casos de covid-19 por 100.000 habitantes) inclui a Líbia (110), Cabo Verde (107), Marrocos (57), Tunísia (49), Botsuana (26), África do Sul (21) e Namíbia (14).

Seis países são palco da ocorrência de novos casos de contágio na semana entre 20 e 27 de outubro, comandados por Marrocos (31%), África do Sul (18%), Líbia (11%), Tunísia (9%), Quénia (7%) e Etiópia (6%).

O número de testes feitos no continente ascende a mais de 17 milhões e a taxa de resultados positivos encontra-se na ordem dos 10,4%, no que representa um acréscimo de 6,9% em relação à semana anterior.

O número de mortes em África devido à covid-19 foi nas últimas 24 horas de 360, totalizando agora 42.151, enquanto as infeções subiram para 1.748.335, mais 11.836, segundo dados oficiais. O Africa CDC registou nos 55 Estados-membros da organização 7.216 recuperados, num total de 1.430.558.

O primeiro caso de covid-19 em África surgiu no Egito, em 14 de fevereiro, e a Nigéria foi o primeiro país da África subsaariana a registar casos de infeção, em 28 de fevereiro.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 44 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

APL // JH

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