Observatório do terrorismo considera baixa a probabilidade de atentado em Portugal
Porto Canal / Agências
Lisboa, 17 abr (Lusa) -- O presidente do observatório de terrorismo disse hoje que as notícias sobre o apelo de um português à 'jihad' provam que a ameaça terrorista é global, mas garantiu que a probabilidade de um atentado em Portugal é baixa.
"Estas notícias confirmam, por um lado, que a ameaça terrorista de inspiração fundamentalista se mantém atual e, por outro lado, que possui uma dimensão global", afirmou Rui Pereira num comunicado enviado à agência Lusa.
O presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT) referia-se às notícias divulgadas pelo jornal britânico The Guardian, segundo as quais um homem que aparece num vídeo de cara tapada e com uma AK47 na mão a apelar à 'jihad' na Síria foi identificado pelos serviços de segurança britânicos como sendo cidadão português.
Contactado pela Lusa, o presidente do OSCOT admitiu que "nenhum país está imune à ameaça terrorista", mas sublinhou que "não há dados que apontem para a iminência de qualquer atentado em território nacional".
Embora reconheça que "os atentados do passado revelam uma grande mobilidade na escolha de alvos", Rui Pereira garantiu que "a probabilidade de atentado terrorista em Portugal não pode ser classificada como alta".
O antigo ministro da Administração Interna no Governo socialista lembrou, no entanto, ser indispensável que "os serviços de informações e os órgãos de polícia criminal mantenham -- como sempre têm feito -- uma atenção constante para prevenir e investigar esses fenómenos criminais" e defendeu que "a cooperação internacional é decisiva para o êxito desta missão".
De acordo com as notícias publicadas pelo The Guardian, o vídeo em causa foi publicado na Internet há duas semanas e chegou a ser afirmado que o homem que fazia o apelo era um ex- jogador do clube de futebol inglês Arsenal chamado Lassana Diarra.
Tanto o jogador como o clube negaram qualquer envolvimento e, entretanto, os serviços de segurança britânicos adiantaram que, depois de fazer uma análise à pronúncia, concluíram não se tratar do jogador, mas sim "de um português" residente em Londres e identificado como Celso Rodrigues da Costa.
O vídeo foi publicado através de uma conta que a polícia britânica referiu estar ligada aos Estados Islâmicos do Iraque e da Síria e associada ao movimento terrorista Al-Qaeda. A mensagem seria dirigida aos muçulmanos da Ucrânia ou da Crimeia interessados na guerra síria e apelava também ao envolvimento das mulheres.
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