Penafiel, 11 abr (Lusa) - O PS do distrito do Porto considerou hoje que a perda de valências dos hospitais de Gaia e Penafiel são consequência dos novos cortes que o Governo está a negociar com a 'troika'.

"O Centro Hospital do Tâmega e Sousa tem um corte na ordem dos 2,5 milhões de euros, o que significa que os novos cortes negociados com a 'troika' já estão a começar a ser aplicados nos hospitais da nossa região", disse à Lusa o líder da federação socialista, José Luís Carneiro.

O dirigente do PS comentava a portaria publicada na quinta-feira em Diário da República e que vem categorizar os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em grupos de I a IV, hierarquizando as unidades de acordo com a natureza das suas responsabilidades e as suas valências.

O líder do PS criticou o Governo por o Hospital de Gaia, no âmbito daquela portaria, ter "uma desqualificação", o que, alertou, "significa que deixará de ter um conjunto de respostas muito importantes para os cidadãos da região".

Segundo Carneiro, "os cortes que estão a ser pedidos confirmam as piores suspeitas sobre o ataque desencadeado ao SNS que o PS tem vindo a denunciar publicamente".

Por isso, avisou, "esta decisão vai contar com total oposição dos dirigentes do PS no distrito, na Assembleia da República e dos dirigentes nacionais do partido".

Face à situação, avançou ainda o dirigente, os deputados do PS vão visitar, na segunda-feira, várias unidades de saúde do distrito do Porto e alguns serviços de proximidade, "porque há notícia de que pode estar em causa o encerramento de extensões de saúde".

À Lusa, o dirigente socialista insistiu que "esta medida confirma as piores suspeições" do PS "sobre a forma como está a ser desestruturada uma das respostas fundamentais, no âmbito das políticas sociais, que é o acesso em condições de igualdade e dignidade ao SNS".

Chamando à atenção para a situação concreta do hospital de Penafiel, que pode perder várias valências se for confirmada a sua reclassificação, José Luís Carneiro, que também é presidente da Câmara de Baião, defendeu que "os autarcas da região devem mobilizar-se na denúncia, combate e mobilização das populações contra esta decisão que afeta a vida de mais de 500.000 habitantes".

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