Reformas na Europa começam a dar resultados, mas esforços devem continuar - OCDE
Porto Canal / Agências
Bruxelas, 03 abr (Lusa) - As medidas adotadas por vários países europeus para consolidarem as suas finanças públicas começam a dar resultados, segundo um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre a zona euro.
O relatório assinala, no entanto, que a recuperação económica tem sido lenta e os países enfrentam grandes desafios. O desemprego continua alto e em alguns países o desemprego jovem ultrapassou os 30%.
"A resolução dos problemas orçamentais avançou bastante, mas a dívida pública de vários países ainda é bastante elevada", apontou Angel Gurria, secretário-geral da OCDE. "É indispensável continuar esse processo, sem, todavia, perder de vista a necessidade de apoiar um crescimento inclusivo e a criação de emprego", acrescentou.
As reformas que visam reforçar o setor bancário e consolidar o mercado único são essenciais, afirmou o responsável da OCDE, numa conferência de imprensa em Bruxelas com o vice-presidente da Comissão Europeia Joaquín Almunia destinada a apresentar dois relatórios, um sobre a zona euro e outro sobre a União Europeia.
Segundo este último relatório, países como Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha progrediram bastante quanto às reformas estruturais necessárias à modernização das suas economias.
Mas, são ainda indispensáveis medidas mais aprofundadas na Europa, defende o documento.
Para a OCDE, é importante privilegiar medidas de redução do défice que tenham impacto reduzido no crescimento, como é o caso de um aumento da idade da reforma.
Sobre a inflação na zona euro, que foi em março de 0,5%, muito abaixo do objetivo do Banco Central Europeu (BCE), que pretende uma inflação a rondar os 2%, Angel Gurria disse que não está muito preocupado com um cenário de deflação.
"Afasto completamente essa possibilidade? Não, mas não é algo iminente", afirmou.
Almunia disse que partilha da opinião da diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, que afirmou na quarta-feira que "um período prolongado de inflação baixa pode retardar a procura e a produção e afetar o crescimento e a criação de emprego".
A OCDE prevê que a inflação sofra poucas alterações em 2014 e aumente ligeiramente em 2015 e afirma que os riscos de deflação "podem intensificar-se se a atividade económica continuar fraca" na zona euro.
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