Covid-19: Governo está a "tentar parar o incêndio" para depois reagir com mais medidas -- Álvaro Santos Pereira

| País
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 17 abr 2020 (Lusa) -- O economista Álvaro Santos Pereira diz que as iniciativas tomadas pelo Governo para minimizar a crise causada pela covid-19 são as medidas "padrão" para parar "o incêndio", mas que, depois, terão de ser tomadas outras para estimular a economia.

As medidas adotadas pelo Governo são "as medidas padrão adotadas em toda a Europa", sublinha, em entrevista à Lusa, o diretor de estudos específicos por país do departamento de Economia da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), adiantando que esta organização analisa "as medidas que os vários países tomaram nas últimas semanas" e a conclusão a que chega é que são "medidas praticamente universais na grande parte dos países: 'lay-off', para tentar segurar as pessoas nas empresas com menos custos, deferimento de impostos, deferimento de contribuições sociais, deferimentos pagamentos de juros..."

"No fundo, está a parar-se o incêndio para que se possa reagir", adianta o economista, assegurando que "quando se sair do confinamento, quando se começar a ver o tempo que isto vai durar e, principalmente, que empresas não aguentaram, o desemprego que existe, quando se começar a perceber um pouco mais essas variáveis, vão ter de haver medidas para estimular a economia".

E à cabeça das medidas a implementar, Álvaro Santos Pereira aponta para aquelas que permitam ajudar as empresas a manter postos de trabalho e a voltar a contratar.

"Terá de haver medidas para apoiar a contratação, porque vai haver mais desemprego. E vão ter que haver medidas para que pessoas não sejam despedidas, especialmente os que têm relações de trabalho mais precárias", explica o antigo ministro da Economia no governo liderado por Passos Coelho.

O economista diz que vai ser preciso aumentar "flexibilidade" no trabalho e exemplifica com algumas dessas medidas: "renovação extraordinária dos contratos a prazo ou utilização novamente de uma forma mais abrangente do banco de horas, quer coletivo ou individual."

"Este tipo de mecanismo vai ter que aumentar para aumentar a flexibilidade, para ajudar as empresas a recuperarem neste período de crise", assegura o economista.

Além deste tipo de medidas, o antigo governante diz ainda que serão adotadas medidas para apoiar setores específicos da economia portuguesa que tenham sido mais afetados, como o turismo, a aviação ou a restauração, e também poderão surgir medidas para regiões que também tenham sido mais afetadas pela crise.

O "Grande Confinamento" levou o Fundo Monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 3% em 2020, arrastada por uma contração de 5,9% nos Estados Unidos, de 7,5% na zona euro e de 5,2% no Japão.

Para Portugal, o FMI prevê uma recessão de 8% e uma taxa de desemprego de 13,9% em 2020.

VC // CSJ

Lusa/Fim

+ notícias: País

Calor está de regresso e com temperaturas recorde para este ano

As temperaturas máximas vão subir a partir de terça-feira, prevendo-se máximas que podem ultrapassar os 30 graus em alguns locais de Portugal continental, disse à agência Lusa o meteorologista Pedro Sousa.

GNR e PSP aplicaram 90 contraordenações após fiscalizarem 43 bares noturnos

A GNR e a PSP fiscalizaram no fim de semana 43 estabelecimentos de diversão noturna que resultou na aplicação de 90 autos de contraordenação, refere um comunicado conjunto das duas forças de segurança.

Seis artistas portuguesas distinguidas em prémios internacionais

Os Prémios Internacionais de Música Portuguesa (IPMA, na sigla em inglês), que decorreram na madrugada deste domingo na cidade norte-americana de Providence, distinguiram seis artistas portugueses, incluindo Cláudia Pascoal, Filipa Biscaia e Noa Rangel.