Covid-19: Falhou consenso sobre emissão de dívida, mas Costa vê "porta que se abre"

| Economia
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 26 mar 2020 (Lusa) -- Um consenso sobre um instrumento comum de emissão de dívida não foi possível no Conselho Europeu, mas António Costa considera que "há uma porta que se abre" com pelo menos um Estado-membro dos que se opõem disponível para discutir.

Após a videoconferência que juntou hoje os líderes dos 27, ficou "a discussão em aberto" sobre os chamados 'coronabonds', a emissão de dívida europeia para financiar ações em todos os países, disse o primeiro-ministro à imprensa em Lisboa após o final do Conselho Europeu extraordinário.

António Costa aludiu à carta que subscreveu, com oito outros líderes europeus, dirigida ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, reclamando a implementação de um instrumento europeu comum de emissão de dívida para enfrentar a crise provocada pela covid-19, para afirmar que "dos 9 [Estados-membros] que ontem [quarta-feira] defenderam" uma tal emissão, "hoje houve mais quatro que se juntaram, quatro que se opuseram abertamente e outros não tomaram posição".

António Costa precisou que, "em boa verdade", os quatro que se opuseram são "três totalmente contra" e "um que, sendo contra, tem abertura de espírito para discutir o que anteriormente nunca esteve disponível para discutir".

"É uma porta que se abre, dá algum alento", afirmou, recusando contudo identificar qualquer um dos Estados-membros a que se referia.

O primeiro-ministro sublinhou por diversas vezes que a emissão de 'coronabonds' é fundamental e está prevista nos tratados e advertiu que "a Europa não pode ficar aquém do que os cidadãos pedem da Europa".

"É difícil imaginar uma situação mais extraordinária que atinja de forma tão global os Estados-membros e por uma razão absolutamente estranha", afirmou.

"A Europa precisa de muito mais que do que um denominador comum", friso, referindo-se ao resultado do Conselho Europeu nesta matéria.

António Costa voltou a congratular-se com as medidas já adotadas pela Comissão Europeia e pelo Banco Central Europeu, assim como o mandato dado ao Eurogrupo, mas insistiu que deste Conselho saiu "um acordo que é o possível, mas que é manifestamente insuficiente para aquilo que é exigível da Europa".

"Já vimos a Europa não conseguir dar resposta cabal a uma crise como as migrações [...]. Vimos bem como a Europa teve dificuldade em responder à crise de 2008 [...] Com uma crise muitíssimo superior, se nos mantemos nas mesmas posições, a Europa sofrerá muitíssimo com esse tsunami", insistiu.

MDR // JPF

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