Covid-19: Plateia considera fundamental linha de emergência do Ministério da Cultura

| País
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 23 mar 2020 (Lusa) -- A Plateia considera "fundamental" a criação de uma linha de apoio de emergência, de um milhão de euros, para artistas e entidades que estão em situação de "vulnerabilidade", anunciada hoje pela ministra da Cultura.

"É uma medida fundamental, para artistas e entidades que não tinham sido elegíveis para subsídios, que estavam em situação de vulnerabilidade e que ficam ainda mais, por terem de parar a atividade devido à Covid-19", disse à agência Lusa Carlos Costa, um dos representantes da Plateia - Associação de Profissionais das Artes Cénicas.

Este dirigente mostrou-se "muito feliz" pela medida anunciada hoje pela ministra da Cultura, em entrevista à agência Lusa, considerando que "vem repor justiça num setor" que está a passar dificuldades acrescidas face à pandemia de coronavírus.

Se já era de importância "crucial" a DGArtes garantir que cumpria os compromissos financeiros com as estruturas subsidiadas, independentemente de estes terem interrompido as atividades - como este organismo garantiu na semana passada -, esta medida é também "da maior importância", uma vez que garante "alguma tranquilidade e sustentabilidade" às estruturas que não tinham sido eleitas para subsídios, frisou.

"A medida hoje anunciada vem complementar uma rede de responsabilidade política e económica que já tinha começado com a decisão da DGArtes em manter os pagamentos acordados com as entidades financiadas, independentemente dos cancelamentos de atividade", conclui Carlos Costa.

A linha de emergência é criada na sequência da declaração de estado de emergência, por causa da pandemia da doença Covid-19, que levou à paralisação de praticamente todas as áreas do setor cultural.

Graça Fonseca explicou à Lusa que a linha de apoio será financiada através do Fundo de Fomento Cultural, e destina-se a apoiar a criação artística nas artes performativas, artes visuais e cruzamento disciplinar de todas as entidades que não recebem qualquer apoio financeiro.

"Sabemos que, neste momento, os projetos não se podem concretizar, porque estamos todos suspensos [devido ao estado de emergência]. O objetivo é podermos, até ao final de 2020, vir a concretizar os projetos que venham agora a ser apoiados nesta linha", explicou a ministra da Cultura, Graça Fonseca, à Lusa.

Antes de abrir esta linha de financiamento, a ministra da Cultura quer apresentá-la ainda hoje aos representantes do setor, também para definir alguns procedimentos, nomeadamente o teto máximo de apoio para cada artista ou entidade.

Questionada pela Lusa, Graça Fonseca explicou que, a esta linha de apoio de emergência, também poderão concorrer as estruturas artísticas consideradas elegíveis e que ficaram de fora dos últimos concursos de apoio financeiro da Direção-Geral das Artes (DGArtes).

Quanto aos concursos deste ano de apoio financeiro da DGArtes, a ministra da Cultura revelou que será mantida a verba total de três milhões de euros, "que está inscrita em Orçamento do Estado", e a abertura será até junho.

"Estamos a trabalhar no cenário que o próprio Governo definiu como evolução" face à pandemia, ou seja até ao final do primeiro semestre deste ano, disse Graça Fonseca, acrescentando: "Se os cenários decorrerem como apontados, no verão já terá retomado alguma normalidade".

Face às dúvidas e apelos públicos surgidos nos últimos dias de vários agentes e representantes do setor cultural, Graça Fonseca admitiu que o momento é de "uma enorme transformação".

"Sabemos que podemos muito, mas não podemos tudo. Não podemos dizer [ao setor] que podemos tudo, não seria honesto dizê-lo. Estamos a tentar, dia após dia, a encontrar soluções para já, para este momento agora, nunca perdendo a noção de que a normalidade regressará", disse à Lusa.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 341 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 15.100.

Em Portugal, há 23 mortes e 2.060 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral de Saúde.

O país encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.

O Governo declarou na passada terça-feira o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.

CP (SS) // MAG

Lusa/fim

+ notícias: País

Jovem associado a ataques no Brasil fica em prisão preventiva

O jovem de 17 anos detido na quinta-feira no Norte do país por suspeita de homicídio qualificado e incitamento ao ódio e à violência, conduta que resultou num ataque com arma numa escola do Brasil, ficou em previsão preventiva por ordem de uma juíza de instrução criminal, avançou a CNN.

FC Porto vai ter jogo difícil frente a Belenenses moralizado afirma Paulo Fonseca

O treinador do FC Porto, Paulo Fonseca, disse hoje que espera um jogo difícil em casa do Belenenses, para a 9.ª jornada da Liga de futebol, dado que clube "vem de uma série de resultados positivos".

Proteção Civil desconhece outras vítimas fora da lista das 64 de acordo com os critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro

A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) disse hoje desconhecer a existência de qualquer vítima, além das 64 confirmadas pelas autoridades, que encaixe nos critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro.