Embaixada e AICEP defendem Moçambique como bom destino de investimentos

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Porto Canal / Agências

Vila Nova de Gaia, 26 mar (Lusa) - Representantes da Embaixada moçambicana e da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) afirmaram hoje que Moçambique é atraente e tem vantagens para as empresas portuguesas, nomeadamente nos setores da agricultura e das infraestruturas.

"Este momento é o momento certo para investir e ir para Moçambique porque há, de facto, vontade de tirar o país da sua má situação. Este é o momento crucial. Existe um marco legislativo favorável ao investimento. O ambiente de negócio é favorável com aprovação rápida de projetos de investimento", vincou a conselheira comercial da Embaixada de Moçambique em Lisboa, Filomena Malalane.

Por sua vez, em nome da AICEP, Felizardo Gonçalves frisou que "atualmente a balança comercial moçambicana é muito favorável a Portugal", embora tenha admitido que os resultados de investimento só poderão ser vistos "a longo prazo".

O responsável da agência portuguesa destacou o setor das infraestruturas, nomeadamente em transportes, água e energia, como prioritário, enquanto a representante da Embaixada apontou a indústria transformadora a partir da agricultura.

Ambos falavam no seminário "Moçambique, um país rico em oportunidades" que decorre hoje em Gaia, organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa, no qual estão a participar mais de duas dezenas de empresas nacionais.

Filomena Malalane descreveu Moçambique como "o quarto pior país do mundo" em índice de desenvolvimento humano (cerca de 4%) e referiu, no que respeita a telecomunicações, que este país africano tem 32,8% para 100 habitantes.

Quanto à escolaridade obrigatória, Filomena Malalane disse que o índice atual é de 48,1% e apontou a dívida nacional como de 60% do Produto Interno Bruto (PIB), estando previsto, segundo a conselheira comercial, para 2014, um crescimento das exportações na ordem dos 14%.

"Face a estes números como é que pensamos que poderemos ter sucesso em Moçambique? Exactamente por causa destes dados, Moçambique está em fase de alavancagem da sua economia. É um país acolhedor e amigo do investimento", referiu.

Já Felizardo Gonçalves apontou a legislação semelhante à portuguesa como vantagem e sublinhou a existência de acordos entre Portugal e Moçambique no domínio do investimento.

De acordo com dados apresentados pela AICEP o número de empresas portugueses com presença em Moçambique "mais que duplicou" entre 2008 e 2012 e esta agência estima que em 2013 o número tenha rondado as três mil empresas.

Outros dados da AICEP apontam Portugal, em 2012, como o 20.º cliente de Moçambique nas exportações. Quanto às importações, Portugal foi o sétimo fornecedor no mesmo ano.

Os eixos com necessidade de "desenvolver aceleradamente" as suas infraestruturas são, disse a AICEP: Nampula-Nacala, Tete, Beira e Maputo-Matola.

À margem deste seminário, em declarações à Lusa, a conselheira comercial da Embaixada negou que existam dificuldades na obtenção de vistos de trabalho para portugueses, garantido que a legislação é cumprida e existe "flexibilidade e celeridade" nos processos.

"Não existem constrangimentos legais para a ida de empresários de Portugal a Moçambique. Aconselhamos que encontrem antes parceiros locais porque a língua é a mesma mas existem realidades locais especificas. Não temos conhecimento de casos de dificuldade de empresas portuguesas em obter vistos. Até estão enquadradas exceções para vistos de emergência", disse Filomena Malalane.

PYT // APN

Lusa/fim

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