Dezenas de escolas encerradas no distrito do Porto devido a greve dos trabalhadores não docentes

Dezenas de escolas encerradas no distrito do Porto devido a greve dos trabalhadores não docentes
| Norte
Porto Canal com Lusa

Dezenas de escolas do distrito do Porto estão, esta sexta-feira, encerradas devido à greve nacional dos trabalhadores não docentes dos estabelecimentos de ensino, disse à Lusa o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais.

"Já sabemos [às 08:45] de mais de duas dezenas de escolas encerradas no distrito do Porto. Embora ainda seja cedo para recolher todas as informações, temos conhecimento de mais de 20 escolas enceradas só aqui no Porto", disse Orlando Gonçalves.

Segundo o dirigente sindical, a expectativa é que "a esmagadora maioria das escolas portuguesas hoje feche por uma razão muito simples, a greve foi pedida pelos trabalhadores".

"Este novo Governo, que tomou posse há pouco mais de um mês, não faz uma única referência no seu programa de governo, de 196 páginas, ao pessoal não docente da educação. Fala muito na estabilidade do quadro docente, o que nós achamos importante e que é necessário, mas a estabilidade do quadro não docente é tão importante como a do pessoal docente", acrescentou.

Considerou ainda que "o facto de o Governo nem sequer falar nestes trabalhadores além de ser uma falta de respeito demonstra que não tem interesse em resolver esta situação".

"Pelas nossa contas, seriam precisos entre cinco e seis mil trabalhadores a nível nacional para que as escolas funcionassem devidamente. Entre 2010 e 2018 sairiam 12 mil trabalhadores e, desde então, poucos foram contratados", frisou.

Orçando Gonçalves falava à porta da Escola Secundária Clara de Resende, que hoje encerrou e onde ao início da manhã se concentravam pais e alunos a aguardar a informação sobre o encerramento ou não do estabelecimento de ensino.

À hora de abertura dos portões foi afixado um papel informando do encerramento da escola, o que deixou alunos satisfeitos e país contrariados, embora alguns tenham dito aos jornalistas que entendem as razões.

Entre os alunos havia quem desconhecesse o motivo da greve, quem a confundisse com a greve pelo clima e quem inventasse a teoria de que "os funcionários fazem greve por causa da Black Friday".

Manuel Lima e Maria Duarte, alunos do 7.º ano, da Escola Fontes Pereira de Melo - que também encerrou - localizada a poucos metros da "Clara de Resende", aguardavam a chegada dos pais para regressar a casa.

Questionados sobre as razoes da greve disseram: "Funcionários insatisfeitos com salários e condições de trabalho".

Por todo o país, trabalhadores não docentes dos estabelecimentos de ensino estão em greve, em protesto contra a falta crónica de funcionários nas escolas.

A greve foi convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, com o argumento de que a falta de pessoal não docente se arrasta sem solução há anos, apesar das promessas dos sucessivos governos e que o problema se agravou no presente ano letivo.

A estrutura sindical exige ainda o fim da precariedade, a integração dos atuais trabalhadores precários e a contratação imediata de mais 6.000 trabalhadores para os quadros.

A lista de reivindicações inclui ainda uma nova portaria de rácios e dignificação salarial e funcional e o fim do processo de descentralização das escolas públicas, e um ensino universal, inclusivo e de qualidade.

+ notícias: Norte

Oliveira de Azeméis diz que Metro do Porto deve focar-se em chegar a "todas as regiões" da AMP

A Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, que integra a Área Metropolitana do Porto (AMP), defendeu esta terça-feira que, independentemente da sua estrutura acionista, a empresa Metro do Porto deve focar-se em chegar ao sul do território.

Mata irmão a tiro e fica condenado a 14 anos de prisão em Vila Pouca de Aguiar

O Tribunal de Vila Real condenou esta terça-feira um homem de 49 anos a uma pena de 14 anos de prisão pelo homicídio do irmão, em Vila Pouca de Aguiar.

Câmara cede por 20 anos complexo desportivo a clube de Viana do Castelo

A Câmara de Viana do Castelo vai ceder, gratuitamente, por 20 anos, renováveis automaticamente por períodos iguais e sucessivos, a Praça Viana, complexo desportivo criado na antiga praça de touros que custou mais de cinco milhões de euros.