Equipa de 14 mergulhadores da Guarda Civil junta-se a buscas do pesqueiro português
Porto Canal / Agências
Uma equipa de 15 elementos do Grupo de Especialistas em Atividades Subaquáticas (GEAS) da Guarda Civil espanhola vai unir-se às operações de busca dos seis tripulantes desaparecidos, depois do naufrágio do pesqueiro português Santa Ana.
Os especialistas, que se unem a seis mergulhadores do Salvamento Marítimo já no terreno, são das unidades da GEAS de Madrid, Valladolid, Cartagena, Huesca e Gijón, segundo informou a Guarda Civil em comunicado.
Entre os especialistas estão membros da Equipa de Mergulho Técnico Avançado a Grande Profundidade, que participou recentemente na recuperação, a 87 metros de profundidade, dos tripulantes de um ultraleve que desapareceu no final de 2013.
Criado em 2010, este grupo altamente especializado é formado por especialistas de várias zonas de Espanha com capacidade para descer até 100 metros de profundidade.
Para isso utilizam garrafas com uma mistura de três gases (oxigénio, nitrogénio e hélio), que lhes permite estar 15 minutos nas zonas mais profundas. Contam ainda com uma câmara hiperbárica móvel e um robot de exploração.
Colaborará também nas operações de buscas o navio Rio Miño da Guarda Civil.
Hoje equipas de mergulhadores do Salvamento Marítimo espanhol tentarão realizar duas imersões para avaliar a situação do Santa Ana, que naufragou na segunda-feira nas Astúrias.
Fonte do Salvamento Marítimo confirmou à Lusa que a embarcação Salvamar Capella encontra-se na zona e que seis mergulhadores deverão partir em breve, de Gijón, a bordo da embarcação Concepcion Arenal.
"O objetivo é chegar o mais próximo possível do navio para avaliar a situação do mesmo e determinar que ações tomar. A situação é muito complicada porque há redes, correntes e outro material do navio", disse.
Outras opções, incluindo o eventual reboque do navio, "serão estudadas" mas, explicou a fonte, só depois de os mergulhadores confirmarem o estado da embarcação.
A situação no mar melhorou ligeiramente "com ondas menores", mas a zona onde o navio se encontra é de forte rebentação o que dificulta o trabalho dos mergulhadores.
O naufrágio, que aconteceu na segunda-feira, próximo de Cabo Peñas, causou dois mortos, um português e um espanhol, enquanto outros seis tripulantes estão desaparecidos (um português, três espanhóis e dois indonésios). O capitão do navio, de nacionalidade espanhola, foi resgatado com vida e já teve alta hospitalar.
As autoridades espanholas consideram que os seis desaparecidos, entre os quais o português Vítor José Farinhas Braga, poderão estar no interior do navio, já que estariam a dormir no momento do acidente, que ocorreu às 05:30 locais (04:30 em Lisboa) de segunda-feira.