Ucrânia: Rússia estuda proibir inspecções a todo o seu arsenal militar
Porto Canal / Agências
Moscovo, 08 mar (Lusa) - A Rússia está a estudar proibir as visitas de inspetores estrangeiros ao seu arsenal de armas estratégicas, incluindo as armas com capacidade nuclear, em resposta às "ameaças dos Estados Unidos e da NATO", disse hoje o Ministério da Defesa russo.
"As ameaças infundadas dos Estados Unidos e da NATO à Rússia por causa da sua política na Ucrânia são encaradas por nós como um ato não amigável que permite a declaração de motivos de força maior", disse uma alta patente do Ministério da Defesa, numa declaração enviada a todas as agências noticiosas da Rússia.
As inspeções que podem agora ser suspensas são realizadas no âmbito do Tratado para a Redução de Armas Estratégicas (START, na sigla inglesa) com os Estados Unidos e do Documento de Viena, entre os países membros da Organização para a Cooperação e Segurança na Europa (OSCE).
A declaração do Ministério da Defesa russo surge no contexto de uma crise política internacional motivada pela entrada de russos na Crimeia, uma região da Ucrânia.
A Crimeia tem uma população de dois milhões de habitantes, dos quais 60% de russos, 26% de ucranianos e 12% de tártaros.
As autoridades locais da Crimeia, no sul da Ucrânia, não reconhecem o novo Governo de Kiev e defendem o regresso ao poder do presidente deposto Viktor Ianukovich, entretanto internado em estado grave num hospital de Moscovo por ter sofrido um enfarte.
A crise política na Ucrânia começou a 21 de novembro, com a contestação popular da decisão do Presidente de suspender a aproximação à Europa e reforçar os laços com a Rússia.
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