Motoristas: Ministério da Defesa diz ser falso troca de combustível em descargas feitas por militares
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 14 ago 2019 (Lusa) -- O Ministério da Defesa Nacional disse hoje que é falso ter havido três situações de trocas de combustível em descargas feitas em Sesimbra, Peniche e Nazaré por militares das Forças Armadas.
"O Ministério da Defesa Nacional esclarece que são falsas as informações veiculadas sobre a existência de três situações de trocas de combustível em descargas feitas em Sesimbra, Peniche e Nazaré, por militares das Forças Armadas", afirmou em comunicado enviado à agência Lusa.
O porta-voz do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), Pedro Pardal Henriques, disse na terça-feira que se registaram três situações de troca de combustível em descargas feitas por militares das Forças Armadas e da GNR.
Em declarações à agência Lusa, Pardal Henriques referiu a existência de contaminações em postos de abastecimento em Sesimbra, Peniche e Nazaré devido à troca de combustível em tanques.
O Ministério de João Gomes Cravinho adiantou que "os militares das Forças Armadas estão empenhados segundo os termos estabelecidos na portaria em que se efetiva a intervenção das Forças Armadas na requisição civil, cuja necessidade foi reconhecida pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 153, de 12 de agosto de 2019".
Antes do comunicado do Ministério da Defesa Nacional, fonte do Ministério do Ambiente afirmou à Lusa que a Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE) não tem conhecimento de casos de troca de combustível alegadamente efetuada por elementos das Forças Armadas ou de segurança.
"A ENSE não tem conhecimento de qualquer caso anómalo de troca de combustível alegadamente efetuada na descarga nos postos de abastecimento por parte das Forças Armadas ou de segurança", declarou a fonte do Ministério do Ambiente e da Transição Energética, esclarecendo que estas autoridades são apenas responsáveis pelo transporte do combustível.
A ENSE é a entidade responsável pela armazenagem, na constituição e manutenção da parcela considerada estratégica das reservas de segurança nacionais de petróleo e produtos petrolíferos, tendo também competências em matéria de fiscalização e supervisão de todas as áreas do setor energético.
Os motoristas de matérias perigosas e de mercadorias cumpriram na terça-feira o segundo dia de uma greve por tempo indeterminado, que levou o Governo a decretar a requisição civil, alegando incumprimento dos serviços mínimos.
Portugal está, desde sábado e até às 23:59 de 21 de agosto, em situação de crise energética, decretada pelo Governo devido a esta paralisação, o que levou à constituição de uma Rede de Emergência de Postos de Abastecimento (REPA), com 54 postos prioritários e 320 de acesso público.
A greve foi convocada pelo SNMMP e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias para reivindicar junto da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.
SR (FAC) // EJ
Lusa/Fim