Advogado dos moradores do prédio Coutinho impedido de entrar no edifício
Porto Canal com Lusa
Viana do Castelo, 28 jun 2019 (Lusa) -- O advogado dos últimos nove moradores do prédio Coutinho, em Viana do Castelo, foi hoje impedido de entrar no edifício por agentes da PSP e pela segurança privada contratada para o local pela VianaPolis.
Depois de ter sido impedido duas vezes de entrar no edifício, Magalhães Sant'Ana afirmou aos jornalistas que vai apresentar uma queixa na Ordem dos Advogados por ter sido "impedido de exercer o mandato".
Para o advogado, a Sociedade VianaPolis está a ter uma "postura ditatorial" e uma "atitude prepotente que viola os diretos, liberdades e garantias".
Magalhães Sant'Ana adiantou que se deslocaria no imediato à PSP de Viana por estar a ser impedido de entrar no prédio.
Pelas 10:25, o advogado confrontou um agente da PSP à porta do edifício, sendo informado que para ter mais esclarecimentos sobre o motivo pelo qual não podia entrar no prédio teria de contactar a VianaPolis ou o Comando Distrital da PSP.
Aos jornalistas, o advogado disse ainda que o ruído provocado pelos trabalhos de desconstrução do prédio, que arrancaram esta manhã, está "a afetar os moradores".
No jardim público fronteiro ao prédio concentram-se hoje mais populares, além de alguns familiares dos moradores.
Hoje é dia de feira e de mercado municipal e a cidade regista nesta zona do prédio Coutinho mais movimento do que nos outros dias da semana.
A Sociedade VianaPolis iniciou cerca das 08:30 os trabalhos de desconstrução das frações desocupadas no prédio Coutinho, em Viana do Castelo, sendo que no interior do edifício permanecem nove moradores que se recusam a entregar seis habitações.
Segundo fonte da VianaPolis, uma ambulância do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) foi acionada para prestar auxílio a um dos moradores do 5.º andar que não se sentiu bem.
No exterior do prédio, onde a polícia alargou desde quinta-feira o perímetro de segurança, conseguem-se ouvir as marteladas que vêm do interior do edifício, composto por um total de 105 frações e que já foi habitado por cerca de 300 pessoas.
O Edifício Jardim, localmente conhecido como prédio Coutinho, tem desconstrução prevista desde 2000, ao abrigo do programa Polis, mas a batalha judicial iniciada pelos moradores travou aquele projeto iniciado quando era António Guterres primeiro-ministro e José Sócrates ministro do Ambiente.
Para o local onde está instalado o edifício está prevista a construção do novo mercado municipal da cidade.
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