Idai: Assembleia Parlamentar UE-ACP apela a ação urgente de doadores internacionais

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Porto Canal com Lusa

Bruxelas, 20 mar (Lusa) -- A Assembleia Parlamentar Paritária ACP-UE exortou hoje os doadores internacionais a afetarem fundos de ajuda de emergência e a acelerar ajuda humanitária e de reconstrução a Moçambique, Maláui e Zimbabué, na sequência da devastação provocada pelo ciclone Idai.

Numa declaração conjunta, os copresidentes da assembleia paritária - composta pelos Estados-membros da União Europeia e por 78 países ACP (África, Caribe e Pacífico) -- sublinham "os efeitos devastadores" do ciclone tropical Idai no sul de África, "possivelmente o pior desastre meteorológico a atingir o hemisfério sul", afetando cerca de 1,7 milhões de pessoas em Moçambique, mais de 920 mil no Maláui e mais de meio milhão no Zimbabué.

"Até ao momento, há mais de 200 vítimas (mortais) confirmadas, mas os números estão a aumentar rapidamente e receia-se que excedam os 1.000. Há um número indefinido de feridos, muitas centenas de milhares de pessoas perderam as suas casas, as terras estão inundadas, as culturas de milho destruídas e as economias e infraestruturas foram virtualmente destruídas. As consequências serão sentidas durante décadas", apontam Joseph Owona Kono e Juan Fernando Lopez Aguilar.

Ao mesmo tempo que expressa a sua "profunda simpatia e solidariedade" para com as vítimas, a assembleia paritária ACP-UE apela então aos doadores internacionais a atuarem desde já, saudando a ajuda anunciada pela União Europeia.

"Neste contexto, saudamos o facto de a UE já ter agido para responder a esta situação terrível", lê-se na declaração conjunta, que lembra que, além dos 250 mil euros mobilizados imediatamente como assistência humanitária inicial, a União aprovou, na terça-feira, um pacote de ajuda de emergência de um total de 3,5 milhões de euros (2 milhões para Moçambique, 1 milhão para o Maláui e 500 mil euros para o Zimbabué).

A terminar, a assembleia paritária ACP-UE reitera o seu "forte apelo à comunidade internacional para combater as alterações climáticas e o aquecimento global, responsáveis por estes terríveis desastres".

"De uma vez por todas, devem ser implementadas obrigações internacionais legalmente vinculativas para limitar as emissões de carbono, que são responsáveis por esta alteração climática que afeta, desproporcionalmente, pessoas pobres nos países em desenvolvimento", sustentam.

A passagem do ciclone Idai em Moçambique, Maláui e Zimbabué já provocou mais de 300 mortos, segundo balanços provisórios divulgados pelos respetivos governos.

Em Moçambique, o Presidente da República, Filipe Nyusi, anunciou na terça-feira que mais de 200 pessoas morreram e 350 mil "estão em situação de risco", tendo decretado o estado de emergência nacional.

O país vai ainda cumprir três dias de luto nacional, até sexta-feira.

O Idai, com fortes chuvas e ventos de até 170 quilómetros por hora, atingiu a Beira (centro de Moçambique) na quinta-feira à noite, deixando os cerca de 500 mil residentes na quarta maior cidade do país sem energia e linhas de comunicação.

A Cruz Vermelha Internacional indicou na terça-feira que pelo menos 400 mil pessoas estão desalojadas na Beira, em consequência do ciclone, considerando tratar-se da "pior crise" do género no país.

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, viajou para a Beira, onde dezenas de portugueses perderam casas e bens devido ao ciclone Idai, para acompanhar o levantamento das necessidades e o primeiro apoio às populações afetadas.

No Zimbabué, as autoridades contabilizaram pelo menos 100 mortos e centenas desaparecidos, enquanto no Maláui as únicas estimativas conhecidas apontam para pelo menos 56 mortos e 577 feridos.

ACC // VM

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