Ministro da Economia avisa que "não há razões para euforias"
Porto Canal / Agências
Braga, 14 fev (Lusa) - O ministro da Economia avisou que "não há razões para euforias", apesar de os indicadores económicos revelados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmarem "a trajetória positiva" da economia portuguesa, porque o desemprego "continua muito alto".
Em Braga, para um seminário dedicado à Inovação, Emprego e Crescimento, Pires de Lima afirmou ainda que Portugal vai sair "sempre" de uma "forma limpa" do programa de ajustamento a que está sujeito desde 2011, seja com uma saída à Irlandesa ou com recurso a um programa cautelar.
O governante salientou também que a economia portuguesa atingiu o segundo maior crescimento da União Europeia, ao registar um crescimento "em cadeia" de 0,5% e de "pela primeira vez em muitos trimestres" ter crescido de "forma homóloga", crescimento este que foi de 1.6%.
"Não há razões para estarmos eufóricos. O desemprego continua muito alto e o esforço que os portugueses estão a fazer é muito assinalável para cumprirem com este programa de ajustamento económico e financeiro", avisou.
No entanto, o governante considerou que os indicadores económicos revelados pelo INE "vêm confirmar a trajetória positiva da economia portuguesa", alertando, ainda assim, que os dados revelados têm que se "confirmar, ainda, em 2014 e 2015", pelo que "ainda há muito trabalho a fazer".
Segundo Pires de Lima, e apesar dos avisos, os dados revelados demonstram que "se consolida um movimento de recuperação económica, que vai gradualmente gerando mais emprego e que é um sinal de muita esperança no ano de 2014 e de 2015".
Questionado sobre se aqueles indicadores são também indicativos de uma "saída limpa" do programa de ajuda financeira da 'troika', o ministro assegurou que sim.
"Portugal vai sair sempre de uma forma limpa. Seja através de uma saída à Irlandesa ou através do recurso a uma linha de crédito", garantiu.
Até porque, apontou, "quanto mais forte for o crescimento" da economia portuguesa "maior é a confiança" por parte dos credores internacionais."E isso tem tido tradução nas emissões de dívida que Portugal tem feito", concluiu.
À chegada a Braga, Pires de Lima foi vaiado por um grupo de trabalhadores da Moviflor e de sindicalistas afetos à CGTP que exigiam a demissão do Governo e eleições antecipadas.
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