Movimento avança com processo-crime contra o Estado

| País
Porto Canal com Lusa

Tábua, Coimbra, 15 fev (Lusa) -- O Movimento Associativo de Apoio às Vítimas de Midões (MAAVIM) vai avançar com um processo-crime por alegadas falhas do Estado na propagação do incêndio de 15 de outubro de 2017 e na ajuda às populações.

"O MAAVIM está a instruir um processo para defesa de todos os lesados, contra a negligência do Estado e de quem falhou nos apoios às vítimas", disse hoje à agência Lusa o porta-voz do movimento.

Está em causa, segundo Nuno Tavares Pereira, o facto de "terem faltado as ajudas do Estado" e de os seus representantes "não terem atuado como deviam" para evitar e minimizar as consequências da tragédia.

No sábado, entre as 16:00 e as 20:00, o movimento, com sede em Midões, Tábua, inicia a recolha de "assinaturas para juntar ao processo", ao longo de uma emissão realizada pela rádio Mundial a partir do quartel dos Bombeiros de Vila Nova de Oliveirinha, naquele concelho do distrito de Coimbra.

Durante quatro horas, cidadãos lesados pelos fogos de 2017, incluindo agricultores e empresários, e responsáveis de diferentes organismos públicos participam naquele programa, transmitido por mais de 50 estações de rádio para Portugal e comunidades portuguesas em diferentes países, "estando prevista uma audiência de mais de um milhão de pessoas", segundo um comunicado do MAAVIM.

"Exigimos que sejam identificados os culpados pela catástrofe ocorrida e que sejam responsabilizados", defende.

Nos cerca de 30 municípios atingidos pelo grande incêndio, que eclodiu junto a Vilarinho, concelho da Lousã na madrugada de 15 de outubro de 2017, estão ainda "mais de mil pessoas sem habitação", incluindo idosos, crianças e "cidadãos estrangeiros que residem há vários anos" em Portugal e que "estão abandonados" pelos poderes públicos, critica o movimento.

"Muitas famílias vivem ainda no dia de hoje em rulotes, tendas, garagens, casas emprestadas, casas improvisadas, sem qualquer esperança de virem a ter o seu lar", salienta.

Alguns lesados já morreram sem "terem a sua habitação" e "infelizmente outros casos poderão acontecer, tendo em conta que muitos processos ainda não saíram da secretária".

"Existem muitos danos psicológicos na população afetada, por terem ficado ao abandono e sem nada", lamenta a organização.

Além dos elevados prejuízos materiais, ambientais e na economia, os fogos que lavraram na região Centro nos dias 15 e 16 de outubro de 2017 causaram a morte de 50 pessoas.

CSS // SSS

Lusa/Fim

+ notícias: País

Projeto sobre vítimas de exploração sexual tem resultados conhecidos esta segunda-feira

Os resultados do projeto “melhorar os sistemas de prevenção, assistência, proteção e (re)integração para vítimas de exploração sexual", com o objetivo de conhecer melhor a dimensão deste problema, vão ser esta segunda-feira apresentadas no Ministério da Administração Interna.

FC Porto vai ter jogo difícil frente a Belenenses moralizado afirma Paulo Fonseca

O treinador do FC Porto, Paulo Fonseca, disse hoje que espera um jogo difícil em casa do Belenenses, para a 9.ª jornada da Liga de futebol, dado que clube "vem de uma série de resultados positivos".

Proteção Civil desconhece outras vítimas fora da lista das 64 de acordo com os critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro

A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) disse hoje desconhecer a existência de qualquer vítima, além das 64 confirmadas pelas autoridades, que encaixe nos critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro.