Montalegre, 06 fev (Lusa) -- A Câmara de Montalegre vai manter as 35 horas semanais de trabalho, após acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), contra medida "absurda" do Governo, disse hoje o presidente da autarquia à agência Lusa.

Orlando Alves realçou que o diploma que institui as 40 horas na Função Pública é uma "aberração completa" e prova de mais uma "cedência vergonhosa à `troika´".

A medida é motivada pela indefinição do regime das 40 horas na Função Pública, em vigor desde 28 de setembro, e surge no seguimento da abertura do Tribunal Constitucional a que cada autarquia celebre com os sindicatos os seus próprios acordos coletivos de trabalho.

"Desta forma, mostramos cartão vermelho à decisão do Governo", disse o autarca socialista.

No concelho de Montalegre, relembrou, há funcionários da autarquia que têm como atividade complementar a agricultura e pecuária, por isso, era uma medida "altamente prejudicial".

E, acrescentou, "havia uma desvalorização significativa, em perto de 17%, do fator trabalho. Se já ganhamos pouco e ainda nos desvalorizam com o que ganhamos com mais horas de trabalho, então é um mundo em que ninguém se entende".

Na opinião de Orlando Alves, não fazia sentido continuar a laborar num "erro" que só prejudicou os trabalhadores e em nada beneficiava a eficácia do trabalho autárquico.

Com a reposição das 35 horas semanais, o autarca espera que os funcionários possam dedicar mais tempo à família e às atividades complementares.

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