PSD acusa Costa de faltar à palavra sobre Infarmed. Primeiro-ministro recusa "lições" de Negrão
Porto Canal com Lusa
O líder parlamentar do PSD acusou hoje o primeiro-ministro de “faltar à palavra” sobre a mudança do Infarmed para o Porto, com António Costa a prometer uma resposta escrita e recusar receber "lições" de Fernando Negrão nesta matéria.
No debate quinzenal na Assembleia da República, o primeiro-ministro justificou o recuo do Governo sobre a futura localização do Infarmed com a criação da comissão técnica independente sobre a descentralização em julho, fruto de um acordo entre executivo e PSD, que disse ter entre as suas competências decidir sobre a deslocalização de serviços.
“Perante esta comissão criada por proposta do PPD-PSD, o Governo devia persistir na teimosia de levar o Infarmed para o Porto, contra tudo e contra todos, ou aguardar? A nossa modesta opinião é que devemos aguardar”, afirmou António Costa, acrescentando querer saber qual a posição do PSD.
“Mais vale dar um passo atrás para tomar uma boa decisão, do que continuar em frente numa decisão porventura errada”, acrescentou o primeiro-ministro.
Na sua intervenção, Fernando Negrão tinha acusado António Costa de ter “faltado com a palavra aos portugueses”, depois de ter assegurado na Assembleia da República, por cinco vezes num debate quinzenal ainda com o anterior líder da bancada do PSD Hugo Soares, que a intenção do Governo era que o Infarmed fosse para o Porto.
“A palavra do primeiro-ministro tem agora um valor muito relativo. Palavra dada, palavra honrada, senhor primeiro-ministro? Só quando lhe dá jeito”, disse, motivando uma troca de palavras duras com António Costa.
O primeiro-ministro recusou responder “à questão pessoal” no debate e prometeu enviar a Fernando Negrão “por escrito a razão porque não aceita lições” do líder da bancada social-democrata sobre a sua palavra, recebendo muitos aplausos do PS.
Fernando Negrão disse então aguardar “ansiosamente” por essa carta e assegurou: “Se não a divulgar publicamente, eu divulgo com a minha resposta. Chega de insinuações”, afirmou o líder da bancada social-democrata.