Governo confirma prorrogação de prazo para autarquias aceitarem competências

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 17 ago (Lusa) -- O prazo para as autarquias e entidades intermunicipais comunicarem que aceitam, ou não, assumir novas competências já em 2019 vai "ser prorrogado", para além de 15 de setembro, confirmou hoje o Ministério da Administração Interna.

"A proposta de Orçamento do Estado para 2019 e os diplomas legais de âmbito setorial irão estabelecer os termos e os prazos para a concretização da transferência das novas competências para as autarquias e entidades intermunicipais que as pretendam assumir, ainda em 2019, após deliberação dos seus órgãos nesse sentido", informou uma nota do gabinete do ministro Eduardo Cabrita.

A lei-quadro da transferência de competências para as autarquias locais e entidades intermunicipais foi publicada na quinta-feira em Diário da República e entrou hoje em vigor.

O diploma prevê que a transferência das novas competências "é efetuada em 2019, admitindo-se a sua concretização gradual", determinando a comunicação à Direção-Geral das Autarquias Locais, até 15 de setembro de 2018, de recusa da transferência das competências no próximo ano, após prévia deliberação dos seus órgãos.

No entanto, referiu a nota do ministro da Administração Interna, como decorre da lei, "a transferência das novas competências para as autarquias locais, assim como a identificação da respetiva natureza e a forma de afetação dos respetivos recursos, só são concretizadas através dos diplomas de âmbito setorial, os quais definem, em concreto, o processo de transferência".

"Considerando que estes diplomas não estarão, por força da necessária consensualização com a Associação Nacional de Municípios Portugueses, em vigor em prazo compatível com a data inicialmente admitida de 15 de setembro de 2018, o mesmo terá de ser prorrogado", frisou a mesma nota.

Nesse sentido, os termos e os prazos para a transferência das novas competências, ainda em 2019, serão estabelecidos no âmbito dos diplomas setoriais e na proposta do próximo Orçamento do Estado.

Segundo a lei 50/2018, as autarquias e entidades intermunicipais terão de comunicar até 30 de junho de 2019 que não pretendem a transferência das competências em 2020, mas todas as competências previstas na lei "consideram-se transferidas" até 01 de janeiro de 2021.

A transferência de competências abrange as áreas da educação, ação social, saúde, proteção civil, cultura, património, habitação, áreas portuário-marítimas, praias, informação cadastral, gestão florestal e áreas protegidas, transportes e vias de comunicação, atendimento ao cidadão, policiamento, proteção e saúde animal, segurança dos alimentos, segurança contra incêndios, estacionamento, jogos de fortuna e azar e freguesias.

O presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Manuel Machado, disse hoje à Lusa que o prazo para as autarquias e entidades intermunicipais comunicarem se aceitam, ou não, as novas competências "vai ser prorrogado, em princípio até final deste ano".

"O processo legislativo é sempre complexo e levou mais tempo do que era expectável", explicou o também presidente da Câmara de Coimbra, sublinhando que "os municípios têm de conhecer em detalhe os diplomas setoriais" de cada uma das áreas contempladas neste processo de descentralização.

A consensualização entre os municípios, através da ANMP, e o Governo sobre os diplomas setoriais deverá ser feita até 15 de setembro, mas o autarca socialista referiu que cerca de dois terços desses diplomas já estão concluídos, embora se possa não chegar a esse consenso em relação a todos os restantes até à data prevista.

LYFS (JEF) // ROC

Lusa/fim

+ notícias: Política

Governo responde a Marcelo. "Não está em causa nenhum processo" para reparação do passado colonial

O Governo afirmou este sábado que “não esteve e não está em causa nenhum processo ou programa de ações específicas com o propósito” de reparação pelo passado colonial português e defendeu que se pautará “pela mesma linha” de executivos anteriores.

“Não há condições políticas” para regresso do Serviço Militar Obrigatório, garante ministro da Defesa

O ministro da Defesa Nacional admitiu que “hoje não há condições políticas” para voltar a impor o Serviço Militar Obrigatório (SMO), sugerindo que os jovens que optem pelas Forças Armadas tenham melhores condições de entrada na universidade ou função pública.

"Acabarei por ser inocentado", diz Galamba sobre caso Influencer

O ex-ministro das Infraestruturas, João Galamba, disse esta sexta-feira que acredita que vai ser inocentado no processo Influencer e discorda que a Procuradora-Geral da República, Lucília Gago, deva prestar esclarecimentos no Parlamento.