"O contexto não é favorável a novas produções de petróleo" - Especialista

| Economia
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 17 abr (Lusa) - O especialista em geopolítica do petróleo José Caleia Rodrigues defende que "o contexto não é favorável a novas produções", por haver "petróleo a mais disponível no mundo", quando questionado sobre a pesquisa de petróleo no Alentejo.

Em declarações à Lusa, Caleia Rodrigues afirma que "hoje há demasiado petróleo disponível, desde que os americanos começaram a explorar o 'shale' [oil] e os grandes produtores lutam hoje para colocar o seu produto", realçando que "a dificuldade é hoje a quem entregar [vender]".

"Os sauditas entregavam aos americanos, mas em dez anos os americanos passaram a importar um terço do que importavam da Arábia Saudita e os sauditas viraram-se para Oriente. Porém, os russos estão a abastecer a China em petróleo e muito rapidamente vão abastecer também em gás", explicou.

Questionado sobre a possibilidade de o consórcio liderado pela Eni, e que integra a Galp, avançar com a prospeção de petróleo na costa alentejana até ao final do ano, o especialista disse que "pode não ser bom negócio estar agora a entrar numa exploração sem ter onde entregar [o petróleo]".

José Caleia Rodrigues deu hoje a conferência "Nova Guerra Fria", promovida pela Associação Amizade Portugal/EUA, em Lisboa, na qual defendeu que o mundo se encontra perante o despontar de uma nova Guerra Fria em que "quem controla os recursos, controla o mundo".

"O contexto não é favorável a novas produções. Além que há uma dificuldade técnica no meio disso que é o transporte do petróleo bruto: se for por terra, tem todo o risco de perfurações e derrames, e, se for por mar, custa uma fortuna", acrescentou.

Segundo a última edição do Expresso, os estudos do consórcio (a petrolífera italiana Eni e a portuguesa Galp) indicam que a região pode ter recursos equivalentes de 11 a 17 anos de consumo nacional.

JNM // CSJ

Lusa/Fim

+ notícias: Economia

Atualização da Euribor traz mínimos desde outubro

A taxa Euribor desceu esta segunda-feira a três e a seis meses para mínimos desde outubro do ano passado e subiu a 12 meses face a sexta-feira.

Bruxelas elogia cortes "permanentes de despesa" anunciados pelo Governo

A Comissão Europeia saudou hoje o facto de as medidas anunciadas pelo primeiro-ministro se basearem em "reduções permanentes de despesa" e destacou a importância de existir um "forte compromisso" do Governo na concretização do programa de ajustamento.

Bruxelas promete trabalhar "intensamente" para conluir 7.ª avaliação

Bruxelas, 06 mai (Lusa) -- A Comissão Europeia está empenhada em trabalhar "intensamente" para terminar a sétima avaliação à aplicação do programa de resgate português antes das reuniões do Eurogrupo e do Ecofin da próxima semana, mas não se compromete com uma data.