Paulo Portas afirma que Portugal pode sair do Programa de Assistência Económica e Financeira como a Irlanda

Paulo Portas afirma que Portugal pode sair do Programa de Assistência Económica e Financeira como a Irlanda
| Economia
Porto Canal

O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, afirmou hoje que, à semelhança da Irlanda, Portugal "poderá e deverá" ser bem-sucedido na conclusão do Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF).

Numa intervenção proferida perante dezenas de diplomatas que marcaram presença no Seminário Diplomático, que decorreu na segunda-feira e hoje, no Parlamento, Paulo Portas reforçou as declarações proferidas esta manhã pelo vice-presidente do Parlamento Europeu (PE), Othmar Karas, segundo as quais "Portugal pode acabar o programa a 17 de maio, antes das eleições europeias".

"Portugal poderá ser e deverá ser, com a Irlanda, bem-sucedido em ajustamentos difíceis no quadro da União Europeia nesta crise das dívidas soberanas. Não são só os portugueses que merecem que o programa termine de forma positiva. É a Europa que precisa de um caso bem sucedido no sul [da Europa]", afirmou Paulo Portas.

O vice-primeiro-ministro lembrou que a diferença entre os dois países de traduz nas datas em que cada um iniciou o programa de ajustamento.

"A Irlanda entrou seis meses mais cedo que Portugal em resgate, por isso saiu seis meses mais cedo que Portugal. A Irlanda terminou o seu programa a 15 de dezembro. Portugal termina o seu programa a 17 de maio. A Irlanda disse aos seus parceiros como sairia do seu programa em novembro, um mês antes do fim. Ainda há tempo de Portugal dizer aos seus parceiros como é que vai sair do seu programa no próximo mês de maio", acrescentou.

Na sua intervenção, Paulo Portas apresentou aos diplomatas "duas mãos cheias de sugestões" que os representantes de Portugal no estrangeiro devem considerar ao longo de 2014.

Considerou que os números referentes à captação de investimento direto estrangeiro em Portugal em 2013, bem como da evolução das exportações, entre outros, justificam a saída de Portugal da recessão e podem ajudar na captação de investimento.

"2014 é um ano em que o trabalho dos diplomatas pode parecer menos difícil, mas em que os diplomatas terão de trabalhar muito. 2014 é o primeiro ano em que se poderá falar de Portugal depois da 'troika' e o primeiro ano com crescimento anual da economia", reforçou o governante.

Portugal conseguiu captar, em 2013, mais de mil milhões de euros em investimento direto estrangeiro resultante de 83 novos contratos de investimento.

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