Ministro do Ordenamento visita Ovar para equacionar medidas de urgência devido ao mau tempo
Porto Canal
A Câmara de Ovar anunciou hoje que o ministro do Ordenamento e o secretário de Estado do Ambiente estarão esta quarta-feira no concelho para averiguarem os estragos causados pelo mau tempo e equacionarem medidas de urgência no Furadouro.
O presidente da Câmara, Salvador Malheiro, admite que os prejuízos na costa de Ovar foram avultados e ainda estão a ser contabilizados, mas garante que "as autoridades superiores já foram sensibilizadas para a gravidade da situação" no concelho - onde há outras zonas ameaçadas, como a floresta de Maceda, mas os riscos são maiores em Cortegaça e na praia do Furadouro, onde vivem cerca de 2000 pessoas.
"O ministro do Ordenamento do Território vem cá com o secretário de Estado do Ambiente para fazer um ponto da situação e, espero eu, atuar de forma imediata com obras a sul do Furadouro", revelou o autarca em declarações à Lusa.
O objetivo é "impedir que o mar continue a galgar para o espaço público", antecipando assim "as ondas fortíssimas que estão previstas para a mesma zona no mês de fevereiro".
"É preciso ativar mecanismos de emergência para fazer face ao avanço do mar a sul do Furadouro e em Cortegaça", assegura Salvador Malheiro. "Toda a costa de Ovar está em alerta máximo, mas aí a situação é mais complicada porque é onde temos pessoas a viver e estabelecimentos comerciais".
Nos bairros piscatórios de Esmoriz e do Furadouro, onde todos os invernos são delicados devido à precariedade das construções em madeira e à sua excessiva proximidade ao mar, as inundações verificadas no final de 2013 obrigaram a realojamentos em parques de campismo e em unidade hoteleiras.
Esta segunda-feira, à noite, técnicos da autarquia atuaram também em Cortegaça, escavando barreiras de proteção que evitassem a destruição de um bar que, embora edificado sobre o areal, se encontra nesse local "há dezenas de anos, desde o tempo em que a praia tinha centenas de metros de areia".
"Há pessoas que não têm culpa do que está a acontecer", observa Salvador Malheiro. "Têm ali a sua vida desde o tempo em que estava tudo bem e não podem ser abandonadas quando tudo se altera sem ser por culpa delas", conclui.