UGT diz que Governo tem fixação pelos pensionistas
Porto Canal / Agências
Lisboa, 03 jan (Lusa) -- O dirigente da UGT José Abraão questionou hoje a aparente "fixação do Governo nos reformados e pensionistas", considerando incompreensível a decisão de alargar a Contribuição Extraordinária de Solidariedade a mais pensionistas e agravar os descontos para a ADSE.
Para José Abraão, que lidera a Federação Sindical da Administração Pública, o anúncio feito na quinta-feira pelo Governo visa "procurar ver se o Presidente da República deixa passar um corte das pensões a um nível mais baixo, através da CES (Contribuição Extraordinária de Solidariedade), do que aquele que já existia".
O sindicalista critica esta medida, considerando revelar uma "fixação enorme nos trabalhadores reformados e pensionistas da administração pública em concreto", que aponta para uma nova "redução do salário por intermédio da ADSE", o que é "completamente inaceitável".
"De cada vez que o Tribunal Constitucional chumba uma medida do Governo, as medidas que vêm a seguir são significativamente piores para os trabalhadores reformados e pensionistas da administração pública", referiu.
José Abraão espera que o Presidente da República "olhe, mais uma vez, para esta situação de que são sempre os mesmos a pagar a fatura".
Para chamar a atenção para a questão, lembrou o sindicalista, a UGT conta reunir com Cavaco Silva, depois de ter pedido uma audiência com caráter de urgência ao Presidente para debater o Orçamento do Estado para 2014, em que "naturalmente estas questões terão igualmente de ser tratadas".
O Governo anunciou na quinta-feira, depois de uma reunião do Conselho de Ministros, a intenção de alargar a aplicação da CES a mais pensionistas e agravar os descontos dos funcionários públicos para a ADSE, como forma de compensar o chumbo do Tribunal Constitucional à questão da convergência de pensões.
"Acho que é incompreensível e vamos procurar contestar estas medidas", garantiu José Abraão, lembrando que os reformados e pensionistas estão a empobrecer, parecendo "até que são os únicos responsáveis pela crise".
PMC // HB
Lusa/Fim