Carpe Diem sai do Palácio Pombal em Lisboa mas vai continuar projeto artístico

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 26 jul (Lusa) - O centro Carpe Diem de Arte e Pesquisa vai deixar o Palácio Pombal, em Lisboa, onde desenvolvia atividades artísticas há oito anos, depois de a câmara municipal ter comunicado que não vai renovar o contrato de cedência do edifício.

Contactado pela agência Lusa, Lourenço Egreja, um dos fundadores do Carpe Diem e diretor artístico desta estrutura, indicou que o centro de arte contemporânea foi confrontado com a decisão de a Câmara Municipal de Lisboa (CML) não renovar o contrato, justificando o facto com "falta de condições de segurança" no edifício seiscentista, situado na rua de O Século.

"Temos pena de deixar o edifício porque é icónico e bonito, e já tinha sido criada uma dinâmica de público nacional e internacional", lamentou Lourenço Egreja, acrescentando que, no entanto, vê esta saída como "um desafio para projetos futuros".

Contactada pela agência Lusa sobre o destino a dar ao edifício, fonte da CML respondeu, via correio eletrónico, que "o Carpe Diem deixa, a partir de julho, de ter a sua sede no Palácio Pombal, continuando esta associação a desenvolver vários projetos com diferentes equipamentos municipais".

O Palácio Pombal "não foi vendido, e o seu futuro está a ser equacionado", acrescentou a mesma fonte da CML através, do seu departamento de comunicação.

"A nossa atividade vai continuar porque o projeto consolidou-se e temos várias propostas para exposições em Torres Vedras, Seul [Coreia do Sul] e Atenas [Grécia], até ao final do ano", indicou Lourenço Egreja à Lusa, sublinhando, no entanto, que, ao contrário do que diz a CML, o projeto não irá passar por "diferentes equipamentos municipais".

"Não nos foi feita, por parte da autarquia, nenhuma proposta alternativa para instalação do Carpe Diem", disse à agência Lusa o diretor artístico.

Fundado em 2009, o Carpe Diem Arte e Pesquisa foi idealizado por Paulo Reis, Rachel Korman e Lourenço Egreja, como centro de arte contemporânea, que desenvolveu, desde então, no Palácio Pombal, cedido pela autarquia, um programa expositivo de artistas nacionais e estrangeiros, conferências, 'masterclasses', conversas com artistas, programas de serviço educativo e 'workshops' direcionados para diferentes públicos.

"Criámos uma dinâmica com público diverso no centro, que chegou a ser conhecido lá fora, e fomos alvo de artigos, até no New York Times e no Monocle. O espaço propunha desafios artísticos interessantes", comentou Lourenço Egreja.

O crítico do jornal Le Monde Marc Lenot dedicou diversos artigos às exposições no Palácio Pombal, que considerou um "lugar mágico", como a mostra do verão de 2014, de artistas portugueses como Susana Anágua e Carla Chaim, ou a da passada primavera, com Miguel Branco, o austríaco Wolfgang Wirth e o norte-americano Michael Huey.

A associação sem fins lucrativos conseguiu entretanto propostas de quatro instituições com quem irá desenvolver projetos, mas sobre as quais não quer ainda falar.

"Vamos continuar a nossa prática de produção de conteúdos na área da ligação entre arte contemporânea e património. É bom poder olhar para o futuro, e continuar a levar artistas portugueses ao estrangeiro que são autênticas embaixadas da produção artística nacional", salientou.

Em março, a parisiense Kogan Gallery dedicou uma mostra ao centro de arte lisboeta, com base em peças de cerca de 80 aristas portugueses, como José Pedro Croft, Ângela Ferreira, Vasco Araújo, Pedro Calapez, Nuno Cera, Tatiana Macedo ou Pedro Tudela, João Pedro Vale e Nuno Aleksandre Fereirra, Sara e André ou Valter Ventura.

O Palácio Pombal, construído no século XVII, que foi a residência oficial do Marquês de Pombal, foi sujeito a inúmeras utilizações e inquilinos desde a sua construção até hoje.

AG // MAG

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