Pedrógão Grande: A Vale Nogueira tem chegado tudo, até o veterinário vai tratar o cão que se queimou

| País
Porto Canal com Lusa

Pedrógão Grande, Leiria, 13 jul (Lusa) - Olinda Nunes, de 64 anos, é uma de entre as muitas vítimas do incêndio de 17 de junho mas diz que a Vale Nogueira tem chegado tudo, "até o veterinário vem tratar o cão que se queimou".

Olinda, que perdeu os animais, a mota, o carro e os toldos que utilizava nas feiras para vender os seus artigos, diz que já viu no passado "o filme como este".

Diz que até agora, tem chegado "tudo" a Vale Nogueira, na freguesia de Vila Facaia, concelho de Pedrógão Grande: "Até o veterinário vem tratar o cão que se queimou".

Nos primeiros momentos a seguir ao fogo, deu guarida a quatro irmãos que perderam as habitações, apesar de a sua casa ter apenas três quartos.

Olinda mostra-se, contudo, desconfiada com as visitas dos governantes.

"Tudo pode acontecer. Já vi este filme uma vez. Ardeu tudo até à ribeira e essas pessoas não receberam nada. Vi o filme que foi passado como este", frisa.

O incêndio poupou-lhe a habitação, apesar de ter feito estragos nas janelas e de lhe ter destruído tudo o resto, até os toldos usados no seu "ganha-pão".

"Isto foi mais que muito. O ministro [Pedro Marques] disse para termos calma que não pode ser feito tudo de uma vez. Tem que se ter calma", disse.

Já em Mó Grande, também em Pedrógão Grande, Manuel Nunes, de 81 anos, e a sua esposa, Dirce Nunes, de 77, viram o telhado da habitação ficar todo queimado, além de outros prejuízos causados pelo fogo.

"Nós não conseguimos sozinhos fazer isto. A reforma é muito pequena, 600 euros para os dois. Onde tinha as minhas coisitas da lavoura, ardeu tudo", diz Dirce, conformada.

A habitação é uma das três que foi alvo da visita do ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, e o telhado já está a ser reparado: "Fomos ter com o Zé para fazer as obras, porque se vier trovoada estraga-se tudo [recheio da casa]".

Dirce Nunes explica que também perdeu "o carrito ligeiro usado para ir à missa", que estava num barracão em frente de casa.

"Bem me quero erguer, mas isto é muito complicado", desabafa.

CAYC // SSS

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