União Europeia mantém-se "confiante" relativamente a acordo na reunião da OMC
Porto Canal / Agências
Nusa Dua, Indonésia, 05 dez (Lusa) -- O comissário europeu do Comércio declarou hoje estar "confiante" na possibilidade de um acordo na reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), ao ter notado uma "evolução" na posição da Índia.
"Houve uma evolução da posição indiana", afirmou Karel De Gucht, em entrevista à agência AFP, um dia depois de Nova Deli ter rejeitado aceitar um compromisso sobre os subsídios agrícolas.
Contudo, "é difícil dizer o que poderá significar essa evolução da posição indiana", ressalvou o comissário europeu do Comércio, apontando que a reunião ministerial da OMC acabará na sexta-feira, independentemente do resultado, quando questionado sobre uma eventual prorrogação do encontro na ilha indonésia de Bali.
"A reunião terminará na sexta-feira depois do meio-dia, quer haja acordo ou não. Mas continuo confiante", afirmou Karel De Gucht, em declarações à agência noticiosa francesa.
O acordo está dependente de um diferendo entre a Índia e Estados Unidos, a propósito de subsídios aos produtos alimentares no país asiático, que ultrapassam o limite de 10% do valor total da produção imposto pela OMC.
As preocupações aumentaram na quarta-feira, depois de o ministro indiano do Comércio, Anand Sharma, ter afirmado que a Índia "não pode aceitar" as restrições sobre os subsídios agrícolas da forma como estão escritas no acordo.
O "pacote de Bali" já permitiria à Índia não ser alvo de queixas dentro da OMC ao ultrapassar os 10% de subsídios à compra de alimentos durante quatro anos, mas o gigante asiático deseja uma solução permanente, tendo frisado que "a segurança alimentar não é uma questão negociável" para a Índia.
O "pacote de Bali", menos ambicioso do que o previsto na Ronda de Doha, poderá ser o primeiro acordo da OMC, organização criada em 1995, depois de anos de impasse.
Em discussão entre os 159 membros da OMC, o acordo envolve, para além do tópico da agricultura, um pacote de ajudas aos países em desenvolvimento e um acordo de facilitação comercial nas fronteiras, que beneficiaria também o acesso dos países desenvolvidos, como Portugal, aos países em desenvolvimento.
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