Portugal só terá "um resgate, um calendário, um pacote financeiro" - Paulo Portas
Porto Canal / Agências
Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos, 04 dez (Lusa) - O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, disse hoje que Portugal só terá "um resgate, um calendário e um pacote financeiro" e não outros, afirmando que a 'troika' terminará o seu trabalho em junho e não depois.
"Um resgate, um calendário e um pacote financeiro. Não tenho nenhuma confiança nem desejo quanto a segundos calendários, segundos pacotes ou segundos resgates", disse Paulo Portas em Abu Dhabi, à margem da inauguração do ginásio 100% português Vivafit na capital dos Emirados Árabes Unidos, onde lidera uma missão empresarial que já vem do Qatar e vai para o Dubai.
O vice-primeiro-ministro falava ao ser questionado pelos jornalistas sobre se está otimista com a missão da 'troika' (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) que hoje regressa a Portugal para a décima avaliação do programa.
Esta será a antepenúltima avaliação deste programa de resgate, que termina em junho do próximo ano, e em causa estará mais um desembolso de 2,7 mil milhões de euros.
O governante sublinhou que "a 'troika' terminará o seu trabalho em junho e não depois", acrescentando que é para isso que Portugal está "a fazer esforços".
"E vamos conseguir como Portugal sempre conseguiu e como estas empresas portuguesas conseguem vencer no exterior", disse, reforçando: "Garanto que vamos conseguir, em termos internacionais Portugal é visto como um país que está a superar a crise, a Irlanda já saiu do programa e Portugal vai sair em junho".
Paulo Portas afirmou que Portugal teve "um problema seríssimo de dívida e de défice".
"Os portugueses foram obrigados a fazer sacrifícios muito dolorosos, demos passos muito importantes para superar este obstáculo", afirmou, explicando que a missão da 'troika' em termos políticos só começa na próxima semana.
Em cima da mesa, o Governo já admitiu que pode vir a estar novamente o emprego, com Maria Luís Albuquerque e Paulo Portas a defenderem publicamente que o setor privado já fez o seu ajustamento salarial.
A 'troika' nos relatórios produzido sobre a oitava e nona avaliações, que decorreram em conjunto na segunda metade de setembro, mostrou insatisfação com o programa de reformas estruturais, afirmando que transmitiram isso mesmo ao Governo, dizendo que este ""pode não ser suficiente ambicioso".
A 'troika' continua a defender mais flexibilidade salarial, em especial nos salários mais baixos entre os menos qualificados, como forma de dar um impulso à criação de emprego.
O Governo terá defendido junto da missão que é necessário mais tempo para se verem os resultados das reformas.
O acordo alcançado entre a 'troika' e o Governo foi de fazer novos esforços para identificar distorções causadas por políticas do passado e outras áreas para potenciais reformas prioritárias.
Os parceiros internacionais já marcaram duas das reuniões que terão durante esta revisão: no dia 11 de dezembro reúnem-se com os parceiros sociais e dia 12 com os deputados da comissão parlamentar de acompanhamento das medidas do programa de assistência.
JMG (NM) // MSF
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