Navio reabastecedor parte para Golfo da Guiné com apoio logístico e 50 fuzileiros

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Porto Canal com Lusa

Almada, Setúbal,23 mar (Lusa) - O navio reabastecedor Bérrio largou hoje da Base Naval de Lisboa para apoiar logisticamente a fragata Álvares Cabral na zona do Golfo da Guiné, transportando 50 fuzileiros para treino e cooperação com Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.

Com capacidade para reabastecer 2.350 milhões de litros de combustível, até 300 toneladas de água e 100 toneladas de mantimentos, o navio da Marinha Portuguesa esteve durante a manhã nos últimos preparativos para uma missão de cerca de dois meses - 47 dias, concretamente - no âmbito da iniciativa Mar Aberto, na região do Golfo da Guiné.

Em declarações aos jornalistas a bordo do Bérrio - e antes de deixar umas palavras à tripulação - o comandante naval, vice-almirante Gouveia e Melo explicou que a Marinha Portuguesa tem a fragata Álvares Cabral no Golfo da Guiné, "a apoiar a segurança marítima na região, uma vez que é uma área de alguma instabilidade em termos de segurança marítima".

"Este navio vai largar agora para se encontrar com a fragata e reabastecê-la, servindo de apoio logístico a essa operação", descreveu.

O comandante naval disse ainda que os 50 fuzileiros embarcados - a que se juntam os 79 elementos da guarnição num total de 129 pessoas a bordo do Bérrio - vão depois ser transferidos para a Álvares Cabral e "serão usados para treino e cooperação na área, nomeadamente com Cabo Verde e São Tomé e Príncipe".

Mas, o navio reabastecedor não leva apenas combustível, água e mantimentos, transportando também donativos de entidades portuguesas e do próprio Governo, nomeadamente livros e duas viaturas - uma ambulância e um jipe dos Bombeiros de Gouveia -- que, ao largo de São Tomé e Príncipe, serão desembarcadas para uma barcaça.

Segundo Gouveia e Melo, a zona do Golfo da Guiné "tem sido fustigada por muitos incidentes de pirataria" e há "muitos navios portugueses de madeira que operam na região", para além de grande parte do petróleo e do gás que abastecem Portugal também virem daquela região.

"Estamos a tentar capacitar aqueles países para garantirem a sua própria segurança marítima e garantirem que as artérias da globalização, por onde passa o sangue económico da economia mundial, não seja afetada por uma arteriosclerose que são estes fenómenos de pirataria, terrorismo e desestruturação económica que depois afetam a circulação marítima", comparou.

Aos jornalistas, o comandante do Bérrio, capitão de mar e guerra Almeida Pereira explicou que o navio tanque tem a capacidade de reabastecer outros navios em mar alto, sendo a sua principal missão "garantir a sustentação logística dos outros navios no mar".

"O Bérrio tem toda a capacidade para garantir a sustentação logística da Fragata Álvares Cabral no mar durante toda a missão Mar Aberto", assegurou.

O comandante do navio recordou ainda que, em 1998, o Bérrio auxiliou no resgate dos cidadãos na Guiné-Bissau, "que em cooperação com os restantes navios da Marinha Portuguesa" retiraram alguns milhares de cidadãos da União Europeia, o "que foi na altura considerado um grande sucesso".

Momentos antes da largada do navio, o comandante da força de Fuzileiro, tenente Arvins Fernandes, descreveu que vão ser executadas "duas grandes ações de cooperação com as marinhas congéneres, uma no âmbito da assistência humanitária, assistência à catástrofe na ilha de Cabo Verde e uma operação de combate convencional com São Tomé".

"Estamos motivados com este teste que a Marinha está a fazer, esta expectativa de reforço à capacidade expedicionária que é uma novidade, embarcar uma força com este efetivo, numa missão com esta duração num navio do tipo fragata", disse.

A Iniciativa Mar Aberto visa a vigilância e segurança marítimas na região do Golfo da Guiné e decorre no âmbito da cooperação com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e com o comando norte-americano para África (Africom).

JF (SF) // VAM

Lusa/fim

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