Empresas de Paços de Ferreira reclamam apoio à promoção internacional do mobiliário

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Porto Canal com Lusa

Porto, 21 mar (Lusa) -- A Associação Empresarial de Paços de Ferreira (AEPF) reclamou hoje maior apoio financeiro do Governo ao mobiliário português, cujo projeto de organização em 'cluster' está "pendente" há quase dois anos, bloqueando o financiamento à promoção coletiva do setor.

Falando num encontro com jornalistas no Porto, o presidente da AEFP defendeu que um apoio de "cerca de 10 milhões de euros por ano para promover o mobiliário português e de Paços de Ferreira" permitiria "multiplicar as exportações" setoriais, que mesmo assim têm crescido e aumentaram 8%, para 1.700 milhões de euros, em 2016 face a 2015.

"Veja-se o que o Governo ajuda o setor do calçado e não ajuda o mobiliário", sustentou Rui Carneiro, explicando que os apoios atualmente disponíveis se dirigem à participação individual das empresas em feiras, no âmbito de projetos de internacionalização, mas não existe "um apoio global para levar o mobiliário português lá fora".

Uma situação que, conforme explicou, resulta da impossibilidade de fazer avançar a candidatura para criação de um 'cluster' do mobiliário -- na sequência do protocolo nesse sentido assinado em 2015 entre as câmaras municipais de Paços de Ferreira e Paredes e as respetivas associações empresariais -- enquanto não "estiver fechado" o projeto falhado do anterior 'cluster' setorial.

"Estamos à espera do encerramento do antigo 'cluster' para criar um novo", afirmou Rui Carneiro, adiantando que "as associações [setoriais] saíram [da anterior estrutura, presidida por Emídio Brandão] porque o diretor começou a levar aquilo por outro caminho", mas o caso está ainda por solucionar "em tribunal".

De acordo com o presidente da AEFP, o anterior 'cluster' do mobiliário chegou a ver "aprovado um projeto de 80 milhões de euros, mas só recebeu os primeiros adiantamentos e nada avançou", sendo que o facto de não estar ainda formalmente "encerrado" tem impedido que os agentes do setor avancem com um novo projeto.

Neste contexto, a associação reclama que o Governo ou "apoie o processo de criação do [novo] 'cluster' ou ajude financeiramente o setor mesmo sem 'cluster'" constituído, de forma a "levar o mobiliário português ao mundo todo".

Depois do "período difícil" a nível financeiro vivido pela AEPF, o responsável diz que as contas da associação estão agora "estabilizadas", acordado que foi com a Caixa Geral de Depósitos um plano de reestruturação da dívida de 1,6 milhões de euros (que prevê o pagamento de 8.000 euros/mês durante os primeiros dois anos) que estava a sufocar a estrutura associativa.

Segundo o dirigente associativo, ultrapassado está também o diferendo com a Câmara de Paços Ferreira, relativamente à qual a associação reclamava uma dívida de 455 mil euros que a atual gestão municipal não reconhecia: "Vão pagar-nos um subsídio de 100 mil euros/ano durante cinco anos", disse.

Antecipando 2017 como "um ano muito positivo" para a AEFP e para o setor, o responsável anunciou "um novo modelo" para a feira de mobiliário do concelho -- conhecida como a "Capital do Móvel" e cuja próxima edição decorre de 01 a 09 de abril -- que traduza a nova imagem de modernidade do setor.

Atualmente, o setor do mobiliário exporta 80% da produção sobretudo para França, Espanha e o Reino Unido e quer demarcar-se da tradicional imagem de fabricante de móveis "de há 30 anos".

"Há uma série de empresas de Paços de Ferreira que já fazem as melhores feiras do mundo, desde Paris a Milão e o nosso mobiliário não fica atrás [dos concorrentes internacionais] em 'design', sendo que em preço e qualidade somos melhores ainda", sustentou.

De acordo com o presidente da AEPF, 13% dos 1.700 milhões de euros das exportações nacionais de mobiliário e colchoaria têm origem em Paços de Ferreira, que é o segundo concelho "mais forte" do país neste setor, depois de S. João da Madeira (que lidera na colchoaria), estimando-se que este valor aumente dos atuais 221 para 355 milhões de euros em 2020.

PD // JNM

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