Mudança da Transavia para aeroporto do Montijo dependente de ligações ao centro de Lisboa
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 15 mar (Lusa) -- O vice-presidente da companhia aérea Transavia, Hervé Kozar, argumentou hoje que "quanto mais depressa" o aeroporto complementar ao de Lisboa estiver pronto "melhor", mas que uma eventual mudança estará dependente das ligações ao centro da capital.
Em declarações à agência Lusa, o responsável indicou que os tempos de um aeroporto não são iguais aos das companhias e notou os custos elevados das estruturas aeroportuárias, por isso percebe que leve tempo. "Mas quanto mais depressa [estiver pronto], melhor", defendeu.
Kozar enumerou como possíveis atrações para mudar para o aeroporto complementar do Montijo as taxas, mas também as infraestruturas de ligação ao centro da cidade, uma vez que apostam no segmento das viagens de negócios.
"Queremo-nos dirigir a todos os segmentos, especificamente ao segmento das viagens de negócios e não o poderemos fazer se as infraestruturas não forem boas o suficiente", explicou.
"Em Lisboa queremos expandir e ir mais além, mas estamos constrangidos pelos 'slots' [autorizações de movimentos aéreos], que não são tantos como gostaríamos", afirmou o responsável, referindo já ter sido transmitida essa posição às autoridades. "Agora compete-lhes responder ao pedido", disse.
Quanto aos resultados da companhia aérea, o responsável informou que em 2016 se registaram 2,1 milhões de passageiros nas rotas em Portugal, enquanto no total foram transportadas 30 milhões de pessoas.
"Estamos muito orgulhosos [dos resultados em Portugal). Temos no total 23 rotas entre Porto, Lisboa, Faro e Funchal", referiu Kozar, que previu novo crescimento para 2017, ao ser acrescentada uma "capacidade de 26% para alcançar 2,8 milhões de lugares disponíveis".
Segundo o dirigente, o crescimento este ano será ao nível de "novas frequências e não de novas rotas, especialmente desde o Porto para Orly (Paris), com cinco voos diários".
"O que é importante para nós, porque vimos de um segmento de lazer, mas tentamos dirigirmo-nos também ao segmento de viagens de negócios", explicou o responsável à Lusa.
Para captar estes viajantes, além de maior frequência de voos, a companhia de baixo custo também aposta em duas bagagens na cabine ou mais flexibilidades nos bilhetes.
Kozar destacou ainda a quarta posição da Transavia no 'ranking' de companhias a operar em Portugal e lembrou que em quatro anos, se passou de "um milhão de passageiros para quase três milhões".
"Quase triplicámos [o número de passageiros] e mostra que este é um mercado muito importante para nós", indicou o dirigente, referindo a satisfação por estar a ser aceite a estratégia da empresa de ter preços baixos, mas "ser diferente no serviço e concentrar-se na experiência do cliente".
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