FMI revê em baixa previsões de crescimento do PIB da França para 2013 e 2014
Porto Canal / Agências
Paris, 04 jun (Lusa) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou hoje uma revisão em baixa das estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de França para uma contração de 0,2% este ano e uma expansão de 0,8% em 2014.
As anteriores estimativas do FMI para o PIB de França, publicadas em meados de abril, apontavam para uma contração de 0,1% em 2013 e um crescimento de 0,9% em 2014.
Em relação ao crescimento de 0,8% do PIB em 2014, o FMI sublinha que este será sustentado sobretudo por "uma progressiva melhoria do ambiente externo" e alerta que as atuais estimativas estão rodeadas de "riscos baixistas".
Estes riscos são designadamente a "fragilidade" da conjuntura europeia e a "incerteza sobre a política fiscal" do Governo que "pesa nas decisões das despesas das famílias e das empresas".
Na sequência da missão de avaliação anual a França, o FMI afirma que o país deve manter o "élan" (entusiasmo) nas reformas estruturais, iniciadas há um ano para eliminar a "forte rigidez" em diversos setores que trava a atividade e reduzir as despesas públicas, refere a organização.
Estas perspetivas "fazem-nos pensar que o desemprego vai continuar a aumentar e que será difícil inverter esta tendência até ao fim do ano", como prometeu o presidente francês, François Hollande, declarou o chefe da missão do FMI a França Edward Gardner, durante uma conferência de imprensa em Paris.
"Neste contexto, o desafio da política geral é restaurar a competitividade e relançar o crescimento" porque "fortes inflexibilidades" travam a capacidade da economia em crescer e criar empregos", explicaram técnicos do FMI num comunicado.
O FMI adianta que depois da missão da avaliação do ano passado "as autoridades fizeram progressos significativos em termos de reformas estruturais" e que esta política deve continuar e aumentar.
O organismo apela ao Governo para fomentar a partir de agora a concorrência nos mercados de bens e serviços e para baixar o custo do trabalho para os trabalhadores menos qualificados, através designadamente de uma "flexibilização dos contratos".
Reconhecendo que o ritmo da redução do défice público pode desacelerar, o FMI pede ao Governo francês para agir a partir de agora "unicamente" pela redução da despesa porque, afirma, a pressão fiscal já é "excessiva".
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