Costa diz que PSD vem defender-se a si próprio e não o governador do Banco de Portugal
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 08 mar (Lusa) - O primeiro-ministro considerou hoje que o PSD não tem defendido o governador do Banco de Portugal, mas sim a si próprio, enquanto a líder do BE insistiu que Carlos Costa deve ser afastado por falta de independência.
No debate quinzenal de hoje no parlamento, a polémica em torno do governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, foi trazida pela coordenadora do BE, Catarina Martins, que explicou que no partido se critica a atuação do supervisor "precisamente porque ele se mostrou incapaz de independência".
"O PSD não vem defender o atual governador, o PSD vem-se defender a si próprio por ter feito uma recondução apesar de tudo aquilo que tem vindo a público e que já constava aliás da comissão de inquérito", acusou, em resposta, o primeiro-ministro, António Costa.
O chefe do executivo tinha começado por admitir que "há de facto uma questão com o Banco de Portugal", dizendo prontamente perceber "bem a razão pela qual o PSD e em particular o seu líder tomam tão rapidamente as dores sobre reportagens que surgem sobre a atuação do Banco de Portugal" uma vez que esta se refere a "factos anteriores à designação pelo anterior Governo do atual governador".
Catarina Martins insistiu que "o Banco de Portugal não está acima de crítica" e considerou que "criticá-lo não é atentar contra a independência do supervisor".
"Não foi independente dos banqueiros porque lhes fez todos os favores e não foi independente do Governo PSD e CDS porque arrastou o problema do BES para ajudar à farsa da saída limpa, da mesma forma que arrastou o problema do Banif para ajudar às eleições de 2015", acusou a líder bloquista.
Para Catarina Martins, "por muito que Carlos Costa queira explicar hoje, não conseguirá nem pagar os erros do passado nem sossegar o país sobre o futuro e é por isso que não tem condições para continuar".
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