Concerto dos Resistência no Bataclan foi "uma homenagem importante"

| País
Porto Canal com Lusa

Paris, 29 jan (Lusa) - A mãe de uma das vítimas do ataque ao Bataclan, em 2015, assistiu hoje ao concerto dos Resistência, em Paris, e disse à agência Lusa que foi "uma homenagem importante", tendo ido à sala de espetáculos, pela filha, "por ela".

"Tenho coragem para vir, porque venho aqui recolher-me pela minha filha e pelo namorado dela", disse Patrícia Correia, mãe de Precilia, que assistiu ao concerto a partir da bancada superior.

"É importante para mim. É importante saber que pronunciámos o seu nome, porque foi aqui que ela perdeu a vida. Esta homenagem é fazer viver a sua memória e não hesitei em vir. Estarei sempre onde falarem dela", afirmou, emocionada.

A homenagem deixou muitos, no público, emocionados, como Cristina Fernandes que disse à Lusa que o espetáculo "superou as expectativas" e que decidiu vir ao Bataclan, mesmo grávida, para mostrar que se está vivo e "há que ter esperança".

José Constantino, de 39 anos, veio de Versalhes, nos arredores de Paris, para ver os Resistência, e disse à agência Lusa não ter medo, porque "as probabilidades são mínimas de voltar a acontecer [um ataque]" e que não se deve "ter medo de sair e ouvir boa música portuguesa".

De bandeira colocada em forma de cachecol, António Ferreira foi ao Bataclan, pela primeira vez, para "rever o passado", porque conhece "a maior parte dos músicos, são músicos da infância, desde os Xutos, a Delfins, a Madredeus", mas hesitou em assistir ao concerto, "por causa do que se passou cá".

Mário Martins, de 45 anos, faz parte da "primeira geração da Cap Magellan" e já tinha visto o grupo em 1994, em Paris, num concerto organizado pela associação, tendo decidido "voltar a ver este grupo mítico em França", porque "é uma coisa mágica".

"E depois também há um lado muito emotivo em relação à sala. Não podemos esquecer aquilo que houve aqui durante os atentados de Paris. A vida continua, mas também é muito simbólico isto", indicou o árbitro de futebol da segunda liga francesa.

Também José Meixedo, de 45 anos, já tinha assistido ao concerto dos Resistência na sala Zénith, em 1994, e quis voltar a ouvi-los, considerando que se trata de uma forma de "enfrentar este tipo de fatalidade" e "uma maneira de resistir a essas formas de pensar que são obscuras", porque "os portugueses e os lusodescendentes são uns combatentes".

Luciana Gouveia, delegada-geral da Cap Magellan, disse à Lusa que o grupo Resistência está "historicamente ligado à associação" que organizou o concerto de há 22 anos e que foi escolhida a sala Bataclan "pelo simbolismo".

O concerto culminou as iniciativas que assinalaram os 25 anos de existência da Cap Magellan

A sala Bataclan, localizada no centro da capital francesa, foi alvo dos atentados da noite de 13 de novembro de 2015, que causaram 130 mortos. O assalto armado à sala de espetáculos causou a morte de 90 pessoas.

Um ano depois, a 12 de novembro, o Bataclan reabriu com um concerto do cantor britânico Sting.

Para assinalar os 25 anos de existência, além do concerto no Bataclan, a Cap Magellan organizou ateliês, este sábado e domingo, em torno do conceito de lusodescendência, na Maison du Portugal - André de Gouveia, sob o título "Primeiros Estados Gerais da Lusodescendência".

CAYB // MAG

Lusa/Fim

+ notícias: País

Sindicato diz que há 160 professores impedidos de trabalhar no próximo ano

A Federação Nacional da Educação (FNE) diz que há 160 professores que tinham de vincular este ano e concorreram para todo o país, mas não ficaram colocados e estão impedidos de dar aulas no próximo ano letivo.

FC Porto vai ter jogo difícil frente a Belenenses moralizado afirma Paulo Fonseca

O treinador do FC Porto, Paulo Fonseca, disse hoje que espera um jogo difícil em casa do Belenenses, para a 9.ª jornada da Liga de futebol, dado que clube "vem de uma série de resultados positivos".

Proteção Civil desconhece outras vítimas fora da lista das 64 de acordo com os critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro

A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) disse hoje desconhecer a existência de qualquer vítima, além das 64 confirmadas pelas autoridades, que encaixe nos critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro.