Voltar a Portugal é opção para muitos emigrantes

Voltar a Portugal é opção para muitos emigrantes
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29,1% dos emigrantes querem regressar a Portugal, este é o resultado do estudo sobre a emigração realizado no Reino Unido, França, Luxemburgo, Brasil, Angola e Moçambique. Os resultados constam de um projeto de investigação desenvolvido por um grupo de cientistas, disponível no livro Regresso ao Futuro - A nova emigração e a sociedade portuguesa (Gradiva).

João Peixoto, Isabel Tiago de Oliveira, Joana Azevedo, José Carlos Marques, Pedro Góis, Jorge Malheiros e Paulo Miguel Madeira, são os responsáveis pelo projeto de investigação desenvolvido entre 2013 e 2015, que tem por base o estudo da emigração. De forma a compreenderem o fenómeno da emigração pós-2000, analisaram fluxos migratórios, lançaram um inquérito na Internet e fizeram entrevistas em alguns países: Reino Unido, França, Luxemburgo, Brasil, Angola e Moçambique.

De acordo com os últimos censos, entre 2001 e 2011 o volume de regressos a Portugal situou-se nos 40%. O inquérito realizado (com 6086 respostas válidas) mostra várias perspetivas daqueles que abandonam o seu país: 27,7% pretendem permanecer no país para onde emigraram, 29,1% querem regressar a Portugal, 11,3% ponderam reemigrar e 31,9% estão indecisos quanto ao futuro. O grupo de cientistas, em declarações ao jornal Público, afirmou que as consequências da “conjuntura que impulsionou a emigração ainda parecem demasiado fortes para que esta regresse a um quadro mais controlado e menos negativo”, no entanto, a tendência para saídas temporárias é reforçada por factores estruturais como a “precariedade dos contratos, o envolvimento em trabalho à tarefa ou de projecto, a volatilidade na economia global associada à integração nos mercados de trabalho e ao transnacionalismo empresarial, a livre circulação europeia e a maior imbricação de períodos de trabalho e de estudo”.

De acordo com o estudo realizado, os emigrantes que escolheram Moçambique como nova casa demonstram uma maior vontade de voltar ao seu país, sendo também aqueles que mais visitam Portugal durante o ano. (44% dos inquiridos decididos a voltar, 13,9% decididos a ficar; 32,4% indecisos). Os portugueses emigrados em Angola aparecem no estudo como os que mais visitam Portugal durante o ano, seguindo-se os emigrantes do Reino Unido.

As medidas de austeridade e as crises financeiras levaram a emigração a aumentar desde o início do século e, consequentemente, a acelerar em 2011. De acordo com os investigadores, mesmo que a economia do país surpreenda positivamente, a emigração não terá um fim. O grupo enumera no projeto de investigação os “elementos estruturais que sustentam a emigração portuguesa”: uma “economia com fragilidades muito abertas ao exterior”, a “existência de vastas comunidades emigradas que podem funcionar como redes sociais de suporte” e ainda o “quadro de livre circulação europeia, que tem facilitado as deslocações e o recrutamento externo”.

Os emigrantes portugueses visitam Portugal como forma de visitar os que cá ficaram e também de manter a ligação ao país. As visitas a Portugal, a leitura de jornais portugueses ou o falar português na sua ‘segunda casa’, continuam a ser hábitos de quem pretende voltar ao seu país ou manter as suas raízes portuguesas vivas num país que não é o seu.

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