Porto, 31 mai (Lusa) -- O candidato do Bloco de Esquerda à Câmara do Porto, José Soeiro, afirmou hoje que "há milhares de famílias" na cidade sem água e propôs que o fornecimento seja reatado mediante a negociação de um plano de pagamento "comportável".

Depois de uma visita ao bairro do Lagarteiro, no Porto, José Soeiro afirmou à agência Lusa que neste bairro "há mais de uma centena de famílias a quem foi cortada a água", significando que "em pleno século XXI não têm acesso àquilo que é considerado um direito humano básico".

Segundo o candidato, estes cortes existem "porque, com o aumento das dificuldades (...), as pessoas têm rendimentos muito baixos e, com acumulação de juros, que dobram o valor, não têm como pagar".

O partido propõe que se proceda "rapidamente" à suspensão dos despejos e dos cortes de água e de luz, não submetendo as pessoas a juros "incomportáveis", mas que "seja negociada uma quantia que elas possam ir pagando na medida das suas disponibilidades e do seu rendimento".

O candidato referiu que os 10 milhões de euros que a autarquia "retirou" à Águas do Porto, por "entender que a empresa tinha capital a mais", seriam "mais que suficientes" para "garantir" que não fosse cortada a água a ninguém. José Soeiro acrescentou que se vai reunir com a administração da empresa municipal para "tentar arranjar uma solução".

"Não se pode pedir, como hoje nos relataram aqui no bairro, que uma família que tem 180 euros de rendimento mensal disponível pague como sinal para água voltar a ser ligada 600 euros, porque, simplesmente, essa família não tem esse dinheiro", criticou Soeiro.

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