Unidades Hospitalares gastam milhões de euros em tarefeiros

Unidades Hospitalares gastam milhões de euros em tarefeiros
| Economia
Porto Canal (AYB)

Os Hospitais Públicos estão cada vez mais dependentes dos tarefeiros e, os profissionais queixam-se de que, estes serviços são mais caros e têm menos qualidade. Este ano, nos primeiros cincos meses, foram gastos cinco milhões de euros nestes serviços.

Nos primeiros cinco meses de 2016, segundo avança o DN, as unidades já gastaram 39 milhões e 744 mil euros nos custos de prestações de serviços, que representa mais cinco milhões do que em 2015, no mesmo período.

Após uma quebra em 2014, os custos destes serviços têm vindo a aumentar. Este ano, entre janeiro e maio representam 3,5% do total dos custos com pessoal. Muitos hospitais recorrem a estes serviços porque, além de não terem capacidade de contratar e de terem dificuldade em atraír profissionais, é uma alternativa que garante cuidados nos períodos mais complicados do verão e do fim de ano, especialmente.

O aumento da despesa com prestação de serviços está cada vez mais a aumentar pelos hospitais. Segundo declarações dadas ao DN pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) confirmam que, “as horas médicas contratadas a empresas são a componente principal.”

Caso os valores se mantenham iguais face aos primeiros cinco meses, este ano os custos serão superiores aos registados em 2015: 92 milhões 877 mil euros que, em 2014 foram 89 milhões.

Além disso, há unidades a gastar perto de meio milhão por mês, segundo avançam os dados da monitorização mensal da ACSS. O Centro Hospitalar Médio Tejo, de Leiria e o Centro Hospitalar do Algarve são alguns dos exemplos: O de Tejo no mês de março gastou 498 mil euros, o de Leiria que pagou 424 mil euros e o de Algarve que, no mesmo mês gastou 476 milhões de euros. Ainda em dezembro, o centro do Algarve gastou 1,5 milhões de euros com prestações de serviço. O hospital Amadora-Sintra apesar de ter conseguido baixar os valores em relação a 2015, este ano, em março pagou 609 milhões de euros.

 

“Prestador de serviço ganha em dois dias 1400 euros”

São muitos os convites de empresas de prestação de serviço que pretendem contratar médicos para as urgências hospitalares e que, circulam na internet.

"O governo PS, apoiado pelo PCP e pelo BE, não reverteu o pagamento das horas extra como prometeu antes das eleições. O Ministério da Saúde prefere pagar 50 euros/hora a uma empresa de prestação do que 9 euros/hora (valor da hora extra) a um médico mais diferenciado do quadro. Um prestador de serviço ganha em dois dias 1400 euros, o mesmo que um médico do quadro leva ao final de um mês", disse Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, ao DN.

Há empresas que oferecem 50 euros por horas a ginecologistas para fazer urgências no Algarve e, no caso de Leiria, receber 6780 euros por mês por 240 horas.

"Isto é um sério ataque ao SNS porque por um lado as parcerias público-privadas pagam as horas extra de forma correta e por outro ao alimentar as empresas fazem com que as pessoas deixem o SNS, pois podem ganhar 10 vezes mais", sublinhou o secretário-geral.

O ministro Adalberto Campos Fernandes afirmou que vai rever o valor das horas extra no orçamento de 2017 e que, as prestações de serviço devem ser casos pontuais. Em Diário da República foram colocadas 736 vagas para especialidades e hospitais com mais falta de médicos. No topo da lista estão o Algarve e a medicina interna. 

 

Eficácia passa por “um plano de recuperação e investimento nos hospitais”

Face à subida dos custos com tarefeiros, Alexandre Lourenço, presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, disse ao DN que, "deve apostar-se em equipas dedicadas nas urgências e noutros casos, os hospitais do interior têm uma dificuldade enorme em contratar médicos e são obrigados a recorrer a prestações de serviço”, defendendo que, a criação de uma estratégia e mais autonomia para as administrações podem tornar mais eficaz a gestão.

Relativamente ás contas dos centros hospitalares, "demonstra a tendência de deterioração. Um dos efeitos é na divida a fornecedores. É preciso um plano de recuperação e investimento nos hospitais. Só assim se pode aumentar a eficiência. Temos muitos aparelhos obsoletos criar custos manutenção.”, disse.

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