Forças da Síria Democrática lançam ofensiva para recuperar Raqa
Porto Canal com Lusa
Beirute, 24 mai (Lusa) -- As Forças da Síria Democrática (FSD), uma aliança curda-árabe, lançaram hoje uma ofensiva com o objetivo de avançar para a cidade de Raqa, capital na Síria do grupo extremista Estado Islâmico.
O porta-voz do Departamento de Defesa da administração interina curda na região de Al Yazira, Naser Hach Mansur, confirmou à agência noticiosa EFE que as Forças da Síria Democrática iniciaram as operações para "libertar Raqa".
"As FSD começaram a ofensiva no norte da província com o objetivo de chegar a sul, à localidade de Raqa", explicou Mansur.
Segundo Naser Hach Mansur, no primeiro dia, as FSD conseguiram avançar "entre 10 e 13 quilómetros" em direção à cidade, depois de combates contra elementos do grupo extremista Estado Islâmico.
O responsável explicou que as FSD estão a ser apoiadas por forças aéreas da coligação internacional, lideradas pelos Estados Unidos.
O grupo extremista Estado Islâmico declarou em junho de 2014 um califado na Síria e no Iraque, onde assumiu o controlo do norte e centro daqueles países.
A cidade de Raqa, situada no norte da Síria junto ao rio Eufrates e a 160 quilómetros de Alepo, é uma cidade milenar que se tornou, desde janeiro de 2014, a capital do grupo extremista Estado Islâmico na Síria.
Desde os primeiros dias de ocupação que o grupo extremista impôs a sua lei através do terror, mas também através de um sistema de governo semelhante ao de um Estado.
O Estado Islâmico impôs o uso de véu integral às mulheres, bem como a proibição de utilização de calças de ganga e criou um destacamento de polícias, tanto para as mulheres, como para os homens. Corpos crucificados e cabeças decapitadas foram expostos na cidade.
O objetivo do grupo foi transforma Raqa na "cidade modelo" do califado, assegurando a existência de polícia, justiça e serviços, como a educação.
Em Raqa, as lojas fecham durante as horas de oração e os residentes pagam 'zakat', taxa religiosa e terceiro pilar do islão.
Os médicos, professores e motoristas de táxi fazem um teste sobre a lei islâmica (sharia), sob pena de serem proibidos de exercer a sua profissão.
Nas escolas, os alunos apenas aprendem matemática, inglês e o Corão.
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