Universidade gera impacto económico de 38ME por ano em Vila Real

Universidade gera impacto económico de 38ME por ano em Vila Real
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Porto Canal

A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) gera um impacto económico de cerca de 38 milhões de euros por ano, em Vila Real e arredores, segundo uma estimativa apresentada hoje pelo professor de economia João Rebelo.

A academia foi criada em 1986 e, desde então, a cidade de Vila Real foi crescendo também ao ritmo do desenvolvimento da UTAD, dos seus funcionários e estudantes.

Atualmente trabalham ali perto de mil pessoas, entre docentes e não docentes, e estudam 7.400 alunos.

O professor de economia João Rebelo fez as contas e concluiu que a universidade gera um impacto económico em Vila Real e concelhos limítrofes na ordem dos 38 milhões de euros anuais.

Dos 30 milhões de euros pagos em salários e dos cerca de cinco milhões de euros gastos em aquisição de bens, serviços ou com fornecedores, o especialista considera que cerca de 30% fica na cidade.

Depois, acrescenta os gastos dos estudantes. "Admitindo que 5.000 são assíduos e que gastam em média no comércio e serviços locais cerca de 300 euros por mês, são cerca de 15 milhões de euros por ano", salientou.

O professor retira destas contas os dois meses de férias, em que os estudantes saem de Vila Real.

Os gastos dos estudantes são essencialmente com a alimentação e bebidas, vestuário e rendas de casas, que representam um mercado paralelo de importante significado nesta cidade.

João Rebelo junta às contas "o efeito multiplicador sobre atividades a montante e jusante", cujo valor diz que é difícil de calcular, mas que admite que se possa aproximar dos 12,75 milhões de euros.

Isabel Dias, gerente de um café, disse à agência Lusa que 90% dos seus clientes são estudantes da universidade. É por isso que refere que, nos meses de férias, praticamente "não se trabalha" porque a cidade "fica vazia".

Sem a UTAD admite que não tinha o negócio, mas lamentou que "os estudantes sejam pouco acarinhados na 'bila'".

"Toda a gente quer os estudantes cá para alugar casas, para irem a restaurantes, cafés ou bares, padarias, sapatarias ou lojas de roupa, tudo funciona com os estudantes, mas depois, na semana das barraquinhas ou do caloiro tudo se queixa do barulho", assegurou.

Também José Rodrigues, responsável por uma padaria/pastelaria, salientou que uma percentagem "muito significativa" dos seus clientes são da universidade.

"Se não houvesse universidade acho que muitos de nós não estávamos de portas abertas. Os estudantes geram uma grande movimentação de dinheiro em Vila Real a todos os níveis", frisou.

O professor João Rebelo concluiu que a UTAD "gera um valor muito fundamental para a sustentabilidade quer da economia da cidade quer da região".

E, para o docente, este efeito é claramente visível na evolução da população nas últimas décadas e no próprio poder médio de compra concelhio que diz que é superior à média nacional, atingindo um índice 102,5%.

Em 1970, o concelho tinha 43.657 habitantes, número que subiu para os 51.850 em 2011.

João Rebelo frisou ainda que, na última década, Vila Real foi o único concelho do Douro onde aumentou a população.

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