Costa e Tsipras assinam declaração conjunta contra a austeridade na Europa

Costa e Tsipras assinam declaração conjunta contra a austeridade na Europa
| Política
Porto Canal com Lusa

Os primeiros-ministros da Grécia e de Portugal assinaram hoje uma declaração conjunta em que prometem cooperar, sobretudo na resposta à crise migratória, e criticam as consequências das políticas de austeridade na União Europeia.

A declaração conjunta foi distribuída aos jornalistas após o encontro entre Alexis Tsipras e António Costa, que antes também esteve reunido com o chefe de Estado grego, Prokopis Pavlopoulos, no primeiro ponto do seu programa de visita oficial à Grécia.

No documento, Alexis Tsipras e António Costa consideram que as políticas de austeridade adotadas contribuíram para "deprimir as economias e dividir as sociedades" nos Estados-membros da União Europeia onde foram aplicadas.

Os dois chefes de Governo defendem ainda que a austeridade gerou "altos níveis de desemprego" e de "pobreza".

"Com o crescimento da desigualdade social e da pobreza, os nossos países e a Europa enfrentam um longo período de estagnação económica", lê-se no documento.

Tanto Tsipras, como Costa, "como primeiros-ministros de dois países com uma experiência similar em relação aos respetivos programas de ajustamento, partilham a convicção que a exclusividade das políticas de austeridade estão erradas e são insuficientes para promover as necessárias mudanças".

"Seis anos após o primeiro resgate, podemos confirmar que a austeridade, aplicada isoladamente, falhou nos seus objetivos e provocou um impacto social e económico que foi mais longe do que o inicialmente antecipado. Estas políticas têm de ser revistas", acentuam os primeiros-ministros de Portugal e da Grécia.

Em relação ao fenómeno dos refugiados, Tsipras e Costa salientam na declaração conjunta que a Europa enfrenta um "enorme desafio" desde o ano passado, importando combater as "causas" deste fenómeno.

"Neste contexto, Grécia e Portugal vão cooperar para fazer com que a União Europeia dê os passos necessários para a efetivação de uma política migratória efetiva nas suas fronteiras externas", refere-se na declaração conjunta.

Tsipras e Costa, pelo contrário, deixam uma crítica às conceções favoráveis à construção de "muros" e "barreiras", unilateralmente, por parte de países europeus.

Os primeiros-ministros de Portugal e da Grécia defendem antes que a Europa assuma uma política "solidária" e "humana" na gestão dos fluxos migratórios, devendo manter-se aberta aos cidadãos que a procuram e precisam de proteção internacional, substituindo "as perigosas rotas irregulares de migração" por vias legais de acolhimento a pessoas que fogem de zonas em conflito militar, caso especial da Síria.

Além da importância de acelerar os processos de recolocação de refugiados que chegam à Grécia e à Itália, Tsipras e Costa referem-se também ao fenómeno da emigração económica, defendendo que a União Europeia, "ao mesmo tempo, encete esforços para estabilizar os acordos de readmissão com os países de origem".

No mesmo documento, os dois primeiros-ministros condenam o terrorismo e mostram-se disponíveis para cooperar ao nível de uma política externa de segurança comum.

Costa e Tsipras manifestam "preocupação" com a situação no Afeganistão, dão apoio aos acordos de Minsk para a resolução da crise na Ucrânia, assim como a um processo negocial, supervisionado pelas Nações Unidas, para uma solução para Chipre que respeite a lei internacional e cumpra os princípios democráticos, "respeitando os direitos humanos e a liberdade de expressão de todos os cipriotas" - uma alusão à parte de Chipre sob ocupação turca.

+ notícias: Política

“Não há condições políticas” para regresso do Serviço Militar Obrigatório, garante ministro da Defesa

O ministro da Defesa Nacional admitiu que “hoje não há condições políticas” para voltar a impor o Serviço Militar Obrigatório (SMO), sugerindo que os jovens que optem pelas Forças Armadas tenham melhores condições de entrada na universidade ou função pública.

"Acabarei por ser inocentado", diz Galamba sobre caso Influencer

O ex-ministro das Infraestruturas, João Galamba, disse esta sexta-feira que acredita que vai ser inocentado no processo Influencer e discorda que a Procuradora-Geral da República, Lucília Gago, deva prestar esclarecimentos no Parlamento.

Governo responde a Marcelo. "Não está em causa nenhum processo" para reparação do passado colonial

O Governo afirmou este sábado que “não esteve e não está em causa nenhum processo ou programa de ações específicas com o propósito” de reparação pelo passado colonial português e defendeu que se pautará “pela mesma linha” de executivos anteriores.