A Associação de Professores de Matemática(APM) reuniu-se, esta quinta-feira, com o Secretário de Estado da Educação, João Costa, onde entregou um documento aprovado, em janeiro, pelo seu Conselho Nacional, que propõe a suspensão do novo programa de Matemática A, já a partir do próximo ano letivo. A associação quer que o programa seja substituído pelo que foi aprovado em 2002.

Em declarações ao PÚBLICO, Lurdes Figueiral explica que a APM, associação que preside, lançou um inquérito, na semana passada, que veio confirmar os alertas feitos pela APM sobre a “impossibilidade” de se cumprir o novo programa de Matemática A do ensino secundário, aprovado pelo antigo Ministro da Educação, Nuno Crato, que começou a ser aplicado neste ano letivo.

Das 80 respostas já conseguidas (o inquérito ainda está ativo) pode-se dar conta dos “atrasos significativos” no cumprimento do programa que, em média, “correspondem a 12 tempos letivos ou seja, três semanas”. Para piorar, as escolas têm avançado que os resultados alcançados pelos alunos do 10º ano nesta disciplina no final do 1º período pioraram, acrescentou Lurdes Figueiral.

A APM defende, por isso, que este programa deverá ser avaliado ainda este ano para que sejam realizadas as reformulações necessárias, tendo por base o “princípio de uma formação matemática para todos no âmbito da escolaridade obrigatória”. Dados “os sinais de alarme sobre a desadequação do novo programa de Matemática que os professores têm vindo a mencionar”, a associação também aponta para a necessidade de dar indicações às escolas para elaborarem “o ajustamento curricular que consideram necessário para concluir a lecionação do 10.º ano em curso” disse a Presidente ao jornal.

O ensino básico também é alvo de críticas. O programa aprovado por Nuno Crato, em 2013, constitui “um retrocesso” e integra conteúdos “inadequados” às idades dos alunos, salientou a Presidente da APM, que considera que os alunos estão cada vez mais a afastar-se dos alunos.

O Governo de António Costa já se comprometeu a rever os currículos do ensino básico, uma das medidas estabelecidas no Orçamento do Estado para 2016.