Seis pessoas encontram-se internadas, em estado grave, após participarem, voluntariamente, num ensaio clínico de um laboratório europeu ainda não identificado, contou Marisol Touraine, ministra francesa. Ainda não foi revelado o tipo de medicamento que estava a ser testado.

A ministra francesa adiantou que uma das pessoas hospitalizadas se encontra em estado de morte cerebral. Todos eram saudáveis antes da toma do medicamento em teste, que foi ingerido via oral, escreveu a agência Reuters.

"Este teste foi realizado num estabelecimento privado especializado em ensaios clínicos, com o objetivo de avaliar a segurança, tolerância e os perfis farmacológicos desta molécula, em voluntários saudáveis", sublinhou a ministra.

A TF1, adiantou que os doentes foram internados no início da semana e a iTele afirmou que o medicamento testado era um analgésico à base de canábis.

Os testes foram pedidos pelo grupo português Bial e estavam a ser conduzidos na Biotrial, informou o Diário de notícias. O jornal expresso afirma que a farmacêutica está "a verificar o que sucedeu", uma vez que noutros pacientes não houve qualquer problema.

Segundo a Le Monde, participaram oito pessoas no ensaio clínico, seis a molécula em desenvolvimento, as outras duas um placebo.

O Ministério da Saúde francês adiantou que o estudo estava na primeira fase, os participantes, saudáveis, tomam a medicação para despistar eventuais efeitos secundários e o principal foco é a segurança. Nesta primeira fase, o grupo de voluntários é menor. Apenas na segunda e terceira fase é que o medicamento é dirigido a grupos maiores para avaliar a eficácia.

A ministra da Saúde desloca-se esta sexta-feira de urgência a Rennes, local onde irá fazer um comunicado à imprensa. Entretanto, o ensaio clínico foi adiado e os voluntários que participaram foram chamados para serem submetidos a novos exames.

Já foi aberto um inquérito na procuradoria de Paris e a agência nacional do medicamento francesa determinou proceder a uma inspeção técnica no centro de pesquisa.